segunda-feira, 28 de julho de 2008

Em nome de um filho!

Em nome de um filho...
Com a ajuda de uma amiga que habitualmente nos visita descobri que, infelizmente não sou o único...
http://superpai.blogspot.com/
A minha solidariedade e total apoio nessa luta!

Farto!

Estou exausto, muito cansado! Ontem falei com o Gonçalo. Não entendo, tento ligar ao meu filho e nunca consigo realizar a chamada. Ou o telefone está desligado, ou está a ser reencaminhado e vai abaixo ou simplesmente não me atendem! Ontem, ao início da tarde recebi um toque do número angolano. De imediato liguei e falei com o meu filho. Uma vez mais a acusação: Não me ligas, a mãe não tem chamadas tuas!? Ora essa…eu ligo, volto a ligar, insisto…nunca me atende e, depois…passados dias recebo um toque e sou acusado de não lhe falar?
Claro que o Gonçalo acha que eu não lhe ligo. Por certo, é essa a informação que lhe passam mas, não é a informação verdadeira. É falso! Falso!
Continuo a guardar todas as provas para, um dia as exibir ao meu filho. O tempo é amigo e companheiro…com ele chegará a verdade. Tenho um enorme dossier que inclui, naturalmente a prova das tentativas de contacto.
Dentro de três dias será o início das férias judiciais. Se, até lá não houver um despacho do Senhor Juiz ficarei, pelo menos mais um mês na expectativa de uma decisão justa e equitativa. Mais um mês!
Um mês, para um pai que ama tanto uma criança, para um pai que não consegue controlar a saudade é tempo de mais. Estou cansado!
A minha vida não pára. Nunca vai parar. Desta vez estou determinado. Continuo a avançar com os meus projectos pessoais e profissionais. Tenho a minha família devidamente estruturada e carregada de amor. Isso, confesso, é um grande alento. Neste espaço físico e nos nossos corações há, guardado, o espaço que é do Gonçalo. É dele hoje e será para sempre. Quando o meu filho chegar vai ser recebido como se nunca tivesse partido. Ele sabe disso. Eu sei que ele sabe disso e nunca, mas nunca, vai pôr em causa a nossa relação de paternidade, amizade e companheirismo.
Estou determinado a nunca desistir dos meus direitos e dos meus deveres como pai. Continuo certo de que uma decisão razoável será tomada e, para esse momento, tenho tudo preparado.
Continuamos a comprar presentes para o meu filho e a preparar o novo quarto. É dele, será sempre dele como é dele este pedaço enorme de mim, daquilo que eu sou.
Ainda assim…estou farto da leviandade, do egoísmo, da falta de nobreza de espírito. Saberá o mundo que o vento vai e vem mas a todos sopra?

sábado, 19 de julho de 2008

...sem resultados!

Não tenho conseguido falar com o meu filho. Depois do último contacto, tenho tentado ligar mas sem resultados! Além disso, ontem, estava eu na formação profissional que estou a frequentar quando vi o meu telefone vibrar. Reparei que era o número angolano da mãe do Gonçalo e, como estava em aula, rejeitei a chamada. De imediato, na perspectiva de falar com o meu filho, pedi licença ao formador e, em menos de 1 minuto saí da sala e liguei de volta. Chamada rejeitada! Convencido de que seria uma coincidência repeti a ligação: chamada, uma vez mais, rejeitada! Voltei a ligar..."Unitel", o telefone estava desligado. Jogo? Será um jogo que eu, por não conhecer as regras não estou preparado para jogar?
A verdade é que, jogo ou coincidência tem efeitos bem reais na minha vida: Não falo com o meu filho!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Arrumação...

Desde que o Gonçalo partiu para Angola, mantivemos inalterado o espaço dele. Deixamos as roupas no armário, a cama feita de lavado e os brinquedos expostos. Com o 8º aniversário do meu filho e o Natal foram chegando os presentes a ele dirigidos que, naturalmente, ficaram guardados no quarto à espera para serem abertos.
Entretanto, como tive oportunidade de referir numa mensagem anterior, decidimos alterar o mobiliário do quarto do Gonçalo respeitando o que, com ele havíamos combinado o ano passado. Assim, impôs-se fazer uma arrumação.
Confesso que me custou muito abrir o armário e analisar cada peça de roupa. Olho para as calças, para as camisolas, para os casacos e tento imaginar o que ainda poderá servir ao meu filho. Decidimos oferecer a pessoas mais carenciadas todo o vestuário para crianças com menos de 8 anos. Permaneceram, no entanto arrumadas todas as roupas que, imagino, ainda lhe sirvam hoje.
Sempre respeitei o espaço do Gonçalo e, por essa razão, recuso oferecer qualquer brinquedo do meu filho. Com o novo quarto vamos recolocar todos os objectos e esperar que, em breve o Gonçalo os possa utilizar, dispor à sua maneira e seleccionar os que se destinam a outras crianças.
Desejo, sinceramente que o meu filho volte em breve, muito antes de se demonstrar necessária qualquer outra arrumação de fundo.
Até lá vou continuando a cuidar de tudo o que ele aqui deixou material e imaterial!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Este blog não é um ataque...

Hoje, em resposta à mensagem anterior, recebemos este comentário:
«toma cuidado para que este blog não se torne uma ataque à mãe do Gonçalo...tu nada ganhas com isso...passo a passo estas a conseguir contactar com ele e esse é o caminho...o tribunal de menores pouco ou nada fará pela situação...Acredita...».
Não posso deixar de o comentar e, com isso clarificar a minha intenção. O blog filhoparasempre não é, não pretende ser e nunca será uma tentativa de ataque à mãe do Gonçalo. Desde o início e, até ao fim a mãe do meu filho terá o meu respeito ainda que, muitas vezes eu discorde e condene a sua forma de actuação. O blog, como sempre afirmo, é o meio que escolhi para desabafar, para "gritar" por uma decisão equitativa e justa. As mensagens que aqui vou deixando visam, tão só colher opiniões e sentir o apoio num momento da minha vida que, como imaginam é por demais doloroso.
Naturalmente, como facilmente decorre do que vou escrevendo, foi da mãe do Gonçalo a decisão de viajar e, como é evidente, é sua a decisão de não me manter informado quanto ao bem estar do meu filho, às questões de educação, saúde, à sua localização e bem assim como, é dela a decisão de me atender ou não o telefone. Não obstante, orgulho-me de ser uma pessoa com valores e princípios que nunca, mas nunca me permitiriam atacar publicamente aquela que, na altura escolhi para ser mãe de um filho meu.
Não podia deixar de me manifestar, concretamente em relação a esta questão.
Entretanto, perdoe-me a discordância, mantenho a minha fé numa decisão do 3º Juízo do Tribunal de Família e Menores do Porto. Acredito, sinceramente que os interesses do Gonçalo serão acautelados. Essa é, quanto a mim a obrigação dos Senhores Magistrados. Neles, nesta fase, deposito total confiança. Sou assim, directo, leal, honesto e cumpridor. É isto que espero do mundo. Tenho defeitos, não sou perfeito. Sofro como pai pelas saudades que sinto do Gonçalo. Culpo o “mundo” que deixou o meu filho viajar para tão longe de mim mas, nunca, nunca atacarei e sempre me escusarei a comentários desnecessários.
Acima de tudo tento acautelar e proteger o Gonçalo.
Uma vez mais, a todos quantos visitam esta página e a comentam o meu sincero obrigado.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O comentário que recebi!

Na sequência da mensagem anterior recebi o seguinte comentário (que transcrevo) em relação ao qual, naturalmente tenho uma palavra a dizer:
«vais falando...é o que podes ter de momento...e com sorte..mais do q isto...com sorte veras entao o teu filho em dezembro...angola é tao longe nao da para andar de uma ldo para o outro,...alem de caras que sao as viagens..lol»
Por certo perda de tempo de alguém sem tempo ou o que fazer durante o seu tempo! Na verdade, confesso-me surpreendido por um comentário deste tipo. Não parei e não vou parar para pensar no eventual autor da mensagem. Surpreende-me a forma mal escrita do comentário e, a primeira coisa que me ocorreu foi: Já não se aprende a escrever bem o português nas escolas! Bom...para bem escrever é necessário ler. Ler muito. Aqui fica, desde já um conselho ao anónimo que deixou este comentário. Por favor dedique algum tempo à leitura para, de futuro conseguir escrever em bom português.
Quanto ao conteúdo da mensagem resta-me lamentar. Quanto a mim o dinheiro não é, e não dá razão. Viajarei para Angola e pagarei as viagens do meu filho a Portugal desde que tenha a garantia de o ter junto a mim. Além disso, estar com o Gonçalo não é uma sorte, como refere o anónimo, é, antes, um direito, um dever que, necessariamente deverá ser assegurado pelas instâncias competentes. Como bem se diz "O desconhecimento da lei não aproveita a ninguém" e "A ignorância é muito atrevida".
Caro anónimo, por favor, de futuro despenda o seu tempo em algo útil, empreendedor e em prol do seu bem. Obrigado pela sua visita, volte sempre, serão bem vindos os comentários construtivos ainda que, eventualmente contrários ao que aqui se escreve. Hoje, excepcionalmente aceitamos esta sua mensagem apenas para servir como exemplo, exemplo do que, salvo o devido respeito, nunca se deve fazer!

Voltei a falar com o meu filho :)

Voltei a falar com o Gonçalo no sábado passado. Confesso que me sinto enriquecido e mais calmo por falar com o meu filho. Não obstante, como facilmente se compreende, aumentam as saudades e a vontade de o ver e privar com ele.
O Gonçalo está, claramente mais crescido. Pelo menos é essa a leitura que faço do tom de voz mais grave.
Preocupei-me quando lhe perguntei se estava a gostar da escola e como se chamava a professora. Diz-me o meu filho que gosta mas não sabe o nome da pessoa que lhe dá aulas. Fiquei estarrecido! É estranho o Gonçalo não saber o nome da professora.
Diz-me o meu filho que virá a Portugal em Novembro ou Dezembro, no final do ano lectivo. Por esta informação fiquei a pensar que ele estuda no sistema de ensino angolano e não no português o que, confesso, também achei estranho! É que, segundo apurei, o ano lectivo em Angola começa em Janeiro e termina no início de Dezembro ora, em Dezembro de 2007 o avô materno do Gonçalo tinha informado que o menino estava em aulas!!! Estou confuso: O meu filho está a estudar no sistema português ou no angolano? É que, pelo português estaria de férias agora…pelos vistos não está e, pelo angolano estaria de férias em Dezembro, pelos vistos não esteve! Que pensar?
A verdade é que continuo sem informações claras e fidedignas das circunstâncias em que vive o Gonçalo.
Entretanto, aproveitei esse contacto para lhe pedir um e-mail através do qual pudéssemos conversar mais tempo e de forma menos dispendiosa. O Gonçalo disse-me que falava para Portugal através do skype de um amigo e, por essa razão não me podia dar o endereço. Fiquei chocado! Em Dezembro de 2007 o meu ex sogro disse que o Gonçalo tinha um computador portátil e que, através dele falava com a família materna e com a família paterna do irmão. Não entendo. Estou cada vez mais baralhado e certo da dura realidade: objectivo: cortar os laços que existem entre mim e o Gonçalo para, assim o afastar da família paterna. Não tenho dúvidas…este é o grande objectivo!
Falsas realidades, tentativas que, com o tempo se frustrarão. Eu nunca vou desistir de lutar pela sã convivência com uma criança que faz parte de mim.
O meu filho, ao telefone não me parece infeliz. Percebo que está tenso e pensa antes de falar mas, pensando de forma racional, o Gonçalo é uma criança de oito anos a viver, a mais de dois mil km de distância do pai que não vê há mais de oito meses. Enfim, resta-me continuar a acreditar numa justiça que tarda mas, espero eu, não falha.
No meio de tudo isto continuo a não perceber as razões que movem o mundo. Afinal, segundo me disse o Gonçalo o irmão mais novo, com dois anos permanece em Portugal na companhia dos avós paternos.
Entretanto, agora são os meus pais que estão privados do contacto com o neto. Pese embora as várias tentativas para conseguirem falar durante o dia de ontem, as chamadas foram sempre rejeitadas!
Desabafos…

sexta-feira, 11 de julho de 2008

«A dança»


O ano passado, no Verão tínhamos, no carro um cd dos Pólo Norte. No início das férias ouvimos duas ou três vezes o cd durante curtos percursos de um lado para o outro. Um dia, entramos no carro, e, ao ligar o rádio começou a música «A dança». Qual não é o meu espanto começo a ouvir o Gonçalo a cantar, sentado na sua cadeirinha (apropriada para a idade e altura) «Chegaste de passos apertados, olhos embargados, cheios de medos teus. Pediste que te levasse a mágoa, e que te tocasse a alma olhando para os meus». Fiquei surpreendido. Eu e a minha actual esposa olhamos para ele e comentamos: Perfeito! Já sabes a letra? E ele, feliz e vaidoso cantou mais alto e desatou a agitar os braços de forma ritmada; «Apertei-te contra ao peito, num abraço perfeito». O meu filho memoriza as letras das músicas como eu nunca imaginei possível e, mais encantador, apanha-lhes o ritmo certo, canta, dança e ri, ri muito.
Sorri ao lembrar-me deste momento. Não posso deixar de partilhar e guardar cada alegria que vivemos juntos. Temos tanto para viver!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Expectativas para um futuro próximo!

Ontem recebi a seguinte mensagem de uma amiga:
«... acho que ontem vivias um momento de enorme felicidade ... tinhas finalmente conseguido falar com o teu filho!!! No entanto este teu post de hoje deixa transparecer uma certa nostalgia ... penso que finda a emoção do momento ..."acordaste" para a dura e triste realidade!!Presentemente qual é a leitura que fazes deste contacto que recebeste ... qual são as tuas expectativas para um futuro próximo?Será que podemos ter esperanças que daqui para a frente tudo seja diferente?».
Sim, é verdade, na passada terça-feira senti-me imensamente feliz por ter ouvido o meu filho. Apesar da angústia e da saudade não consegui deixar de me sentir exuberante de alegria por o ter ouvido, por ter percebido que está com a voz mais forte, que está a crescer. Embora chocado com as vozes de fundo, embora petrificado com a acusação de que não lhe ligo, senti-me bem. Eu sei que lhe ligo, eu sei que não desisto, eu sei que ele acreditará em mim. Não obstante, ontem, ao escrever neste blog sobre o último dia em que privei com o Gonçalo, voltei a sentir uma enorme tristeza. Como diz a Filipa, acordei para a dura e triste realidade! O meu filho continua ausente, longe de mim. Confesso que ainda não lhe tentei ligar depois daquele contacto. Vou fazê-lo amanhã, sexta-feira. Não sei se algo mudou, não sei se as minhas chamadas vão passar a ser atendidas.
O contacto com o Gonçalo foi muito importante para mim. Por um lado descansou-me e, por outro lado, fez-me sentir que não posso desistir nunca de o ter mais perto. Não tenho demasiadas expectativas para o futuro próximo. Espero apenas que o Meritíssimo Juiz de Direito do 3º Juízo do Tribunal de Família e Menores do Porto tome uma decisão breve e justa. Decida pelo bem do Gonçalo na certeza do que, para ele e para o seu futuro será melhor. Ainda acredito nesta justiça e aguardo, já um pouco impaciente, por uma decisão ao que eu requeri. Neste momento, com o condicionalismo actual não tenho como cumprir os meus deveres de pai e, muito menos tenho como usufruir dos meus direitos. Sim, é verdade, preocupa-me imenso não me ser indicada uma conta bancária ou uma morada para eu proceder ao pagamento da prestação de alimentos. Sinto-me em falta com o Gonçalo mas, não tenho como cumprir. Todos os meses ponho de lado a quantia referente à prestação de alimentos do meu filho mas, ainda assim, sinto-me privado, até mesmo do meu dever!
Eu guardo a firme esperança de que tudo poderá mudar. Nem consigo imaginar mais um mês sem ver o Gonçalo. Passaram mais de 8 meses! Mais um mês será insuportável. Tenho esperança de, a curto prazo ver o Gonçalo.
Infelizmente não posso deslocar-me a Angola. Eventualmente poderia organizar as minhas férias por lá mas...para onde poderia ir em segurança? Que garantias terei de ver o Gonçalo, de o encontrar? Não, não me parece uma solução equilibrada e de bom senso. Vou ficar por aqui e lutar com as armas da justiça. Vou ficar sob a protecção do meu Estado, do meu país, da minha justiça. É ao Estado Português que, atenta a falha do acordo estabelecido, compete proteger-me. É em Portugal e a Portugal que deverei exigir os meus direitos e, neste caso, é o Tribunal que deverá encontrar uma forma de me permitir cumprir os meus deveres.
Não há dúvidas, em determinados momentos sinto-me carregado de energia mas, momentos existem em que me sinto arrasado. Tenho imensas saudades do Gonçalo. Decidimos renovar o quarto dele, tal como, antes de prevista a ida dele para Angola haviamos combinado. O meu filho gosta da cor laranja. Estamos a remodelar o espaço com os pormenores que ele tinha referido. Com isto, confesso, reafirmo as minhas forças e a minha esperança!
Não desisto!
A todos, uma vez mais, muito obrigado pelo apoio que me fazem chegar.
Um abraço sentido

quarta-feira, 9 de julho de 2008

No dia 21 de Outubro de 2007...domingo!


No dia 21 de Outubro de 2007 acordamos com o Gonçalo aos pulos em cima da cama. Amanheceu com a energia costumeira e correu de imediato para o nosso quarto. Passamos a manhã em casa. O dia estava chuvoso e o Gonçalo estava entusiasmado a jogar PS2. Ainda dei umas boas gargalhadas a jogar com ele o "xmen". Confesso que nunca tive muita paciência para video jogos mas não consigo resistir quando o Gonçalo me pede companhia por isso, é ver-me jogar como uma verdadeira criança de 8 anos :) Que saudades sinto desses momentos!
Depois do almoço saímos para aproveitar o resto do dia. Fizemos algumas visitas para o Gonçalo se poder despedir e acabamos, por vontade dele, a correr no parque da cidade. No dia 21 de Outubro de 2007 conversei imenso com o Gonçalo. Ele manifestou que não queria ir para Angola. Pediu-me para falar com a mãe e com o avô materno a respeito da viagem. Pediu-me para ficar. Foi sufocante ouvi-lo e ter de lhe dizer "não". Na verdade, eu não consegui proteger o meu filho desta viagem, desta aventura que não era dele e na qual ele acabou por se ver obrigado a entrar.
Disse-lhe que tudo ía correr bem, que o pai, a Xana, os avós e todos os amigos estariam aqui à espera dele. Acabei por lhe dizer que em Angola ele seria feliz e prometi ligar-lhe imensas vezes.
Perto das 19h00m fui levá-lo a casa da mãe. Senti-me desesperado mas, pelo meu filho, mantive o sorriso e uma calma aparente. Entreguei ao Gonçalo uma folha em branco com todos os meus contactos, os contactos dos avós e dos amigos mais chegados. Pedi-lhe para entregar a folha à mãe e disse-lhe que, com aqueles e-mails eu e ele poderíamos falar através da internet. Eu e a Xana deixamos o meu filho em casa da mãe. Despedi-me dele, como sempre, com um abraço bem apertado, um monte de beijos e um "até breve"! Nunca mais o vi...passaram mais de 8 meses.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Falei com o meu filho...!


Hoje, cerca das 14h00m, depois de uma reunião com um jornalista a respeito deste nosso caso, deixei a minha esposa no local de trabalho e encaminhei-me para o escritório do meu sogro. Pelo caminho ouvi o meu telefone móvel tocar, nem olhei para o visor porque, por princípio não atendo chamadas quando conduzo. Durante o percurso o telefone tocou de forma insistente e, por essa razão, mal consegui parei o carro. Surpresa! Tinha três chamadas perdidas do número angolano para o qual ligo tantas vezes sem nunca ser atendido: A mãe do Gonçalo! De imediato devolvi a chamada, nem parei para pensar no que poderia ser. A única coisa que me ocorreu foi: o meu filho! E liguei de imediato. Atende-me o Gonçalo, senti-me tremer de alegria quando ouvi a voz dele e gritei filho! Rápido se cerrou o meu sorriso…

Há meses que ligo para aquele número, há meses que o telefone ou está desligado, ou ninguém me atende ou me rejeitam as chamadas. Há meses que, sem sucesso tento falar com o Gonçalo e hoje…diz-me o meu filho: “Não me ligas papa? Não queres saber de mim?”!!! Não fiquei surpreendido. Eu já imaginava que essa era a razão para não me atenderem o telefone. Não me atendem para poder dizer ao meu filho “O teu pai não te liga, não quer saber de ti!”. Não me surpreende. Tive que dizer ao meu filho que lhe ligava mas não me atendiam, que aqui todos temos imensas saudades dele e que não aguentamos mais sem o ver. Perguntei-lhe se não estava prevista uma visita a Portugal agora em Julho. Respondeu-me o Gonçalo: “Não papa, eu estou em aulas, não posso ir aí. Se for vou em Dezembro”. Mas…então…a minha ex mulher tinha dito ao Tribunal que vinha a Portugal nos primeiros dias de Julho!!! Vinha ou não vinha? Parece que não…talvez tenha sido uma pura manobra de diversão. Nunca esteve planeada a viagem a Portugal em Julho. Nunca houve intenção de vir à conferência de pais. Nunca! Nem mesmo no momento em que o declarou através de uma peça processual remetida ao Tribunal. Nunca!
O meu filho é uma criança inteligente. Falei com ele, notei que está com a voz mais forte, O meu menino já não é um bebé. É uma criança linda. Embora tenha percebido que lhe passam informações pouco abonatórias a meu respeito, também percebi que o meu filho é crescido o suficiente e inteligente. Ele percebeu a confusão no momento em que lhe garanti que tenho ligado. Em 8 anos de vida nunca dei ao Gonçalo uma só razão para não acreditar em mim. Ele bem sabe o amor que sinto por ele, ele bem sabe como tenho saudades de o ter perto de mim. Depois de me ouvir dizer-lhe que tenho ligado ele ficou em silêncio. Perguntei-lhe se gostava do papa, respondeu-me “sim”, perguntei-lhe se tinha saudades, respondeu-me “sim, sim” e, do outro lado ouvi vozes, ouvi frases soltas, uma delas foi “Diz a esse gajo que ele nunca te liga”. Não sei quem era, uma voz feminina e uma voz masculina. Não sei quem eram. Nem quero saber. Importa-me que conheço bem o meu menino loiro de olhos cor de mel, ele acreditou no pai e sabe que o amo de forma pura e sem condições. Vou continuar a ligar todos os dias. Imagino que agora passem a atender as chamadas. Pelo menos assim vou passar a falar com o Gonçalo. Sabem, há uma curiosidade…sempre que eu ligo para aquele número tenho pessoas diferentes ao meu lado que testemunham esse facto. Tomo nota dos dias e das horas, do que acontece na ligação e do nome de quem está comigo para o atestar. Conheço bem a forma de actuar. Não vou perder o meu filho, pelo menos não darei azo a que isso possa acontecer.
Enfim…hoje é um novo dia. Continuamos a trabalhar para alcançar um justo objectivo: Garantir os meus direitos e deveres como pai, garantir os direitos do Gonçalo como filho.
Ninguém te vai pôr contra mim filho, ninguém! Tenho tudo aqui para te mostrar. Tudo devidamente documentado para te mostrar. Vais saber toda a verdade no dia em que me perguntares. Amo a minha família!
Agradeço a todos o apoio e carinho. Sinto-me forte e confiante porque não estou só.
A voçês…um abraço, obrigado!
A ti…continuamos à espera para te podermos abraçar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Falhou...como sempre!


Esta manhã quando cheguei ao Tribunal de Família e Menores do Porto reparei numa inscrição feita a tinta preta no muro exterior do edifício: “Não façam órfãos com pais”. Olhei, li e, embora condenando o acto de vandalismo não consegui deixar de imaginar o que pode estar por de trás daquela frase. Talvez um pai, como eu, privado de ver o filho; talvez uma mãe. Não sei! Fiquei parado a pensar em mim no meio de tantos anónimos que, tal como eu, estão privados de dar e receber o maior e o melhor dos amores. O amor puro, o mais puro de todos…o de um filho!
Para hoje, às 11h estava marcada uma Conferência de Pais! A mãe do Gonçalo faltou. Uma vez mais, a mãe do Gonçalo falhou!
Na quinta-feira passada, em conversa e preparação desta conferência eu tinha dito que a mãe do meu filho não vinha a Portugal. Por um lado, intimamente sabia que essa é a postura tendo em atenção a pessoa que ela é e eu, infelizmente, tão bem conheci. Por outro lado, confesso, já me tinham informado que ela estava em Angola, no Lobito e sem sinais de pretender viajar.
Ainda assim, ao estacionar o meu carro na rua do Tribunal eu acreditei que a conferência se poderia realizar. Na verdade, ainda acredito na justiça dos homens, ainda acredito no meu Estado, no meu país, nas leis que cumpro e desejo ver cumpridas. Para mim, não faltar é uma questão de respeito aos magistrados, ao Estado Português, ao Tribunal enquanto verdadeiro órgão de soberania. Para mim, é impensável faltar quando notificado para o efeito. Se tudo isto não fosse suficientemente grave, pelo menos aos olhos do Senhor Juiz de Direito o que dizer da inércia perante os direitos do Gonçalo? Por ele, pelo menos por ele, ambos temos a obrigação de comparecer sempre que o Tribunal nos chama.
Trinta minutos antes da hora marcada eu estava lá. Rápido percebi que foi infrutífera a minha noite pouco descansada e a minha viagem até àquele local. O advogado da mãe do Gonçalo comunicou ao Tribunal, via fax, que a sua constituinte não vinha a Portugal. Pasmem-se: O mandatário da mãe do meu filho soube da falta pelo meu ex sogro porque nem mesmo ele, enquanto advogado, consegue chegar à fala com a sua cliente. E eu, confesso, já imaginava que tudo isto sucederia desta forma. Aliás, eu disse isto na quinta-feira passada!
No dia 10 de Outubro de 2007, durante a última conferência de pais e perante a pressão para chegar a um acordo e ver o meu filho partir para Angola eu disse, disse repetidamente: “Se o meu filho entrar no avião eu nunca mais o vejo!”. Assim foi! Não vejo o Gonçalo desde o dia 21 de Outubro de 2007. Aliás, eu disse naquele dia: “A mãe do Gonçalo não me atende o telefone em Portugal, não me dá conta do desempenho escolar do meu filho em Portugal, não me dá notícias da saúde dele em Portugal, não cumpre o regime de visitas em Portugal. Porque cumprirá então em Angola?”. E não cumpriu!
Quem se responsabilizará por isto? Ouvi falar numa nova legislação: Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado! Creio que se poderá aplicar a um caso como o meu.
E uma vez mais não se faz justiça. Pelo menos, não se cumprem as regras e não se zela pela observância das leis e dos regulamentos. Bem sei que assim não acontecerá na justiça divina. Nessa não temos que intervir, para essa não existem notificações em papel. E, pelo que sei, essa não tardará.
Que o Gonçalo tenha uma certeza. NÃO DESISTO DO MEU FILHO! NUNCA.
Não vou pintar muros com frases como a que vi esta manhã, não vou invadir Tribunais como aconteceu em Vila Nova de Gaia, não vou gritar, não vou bater mas…vou lutar! Sei que tenho ainda algumas instâncias à minha disposição. Não receio nenhuma delas. Aguardo agora uma decisão de um órgão de soberania: O Tribunal! O mesmo que permitiu à mãe do meu filho partir com ele para Angola, o mesmo que a punirá, por certo, pelo seu incumprimento e escandaloso desrespeito.
Ainda tenho os Tribunais superiores, ainda tenho o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, ainda tenho os programas da manhã de cada canal televisivo. Tenho tudo isto, tenho o amor e a amizade das pessoas que estão ao meu lado. Das pessoas que comigo vivem, convivem e até daquelas que visitam este blog e me deixam um tão querido apoio. Para estas últimas, em especial para ti, Filipa, um muito obrigado. Aos meus amigos, à minha família, muito OBRIGADO.
Ainda tenho…vou ter sempre…amor suficiente por ti Gonçalo para não desistir por nada, por ninguém, nunca.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Razões para o meu filho crescer em Portugal!

O meu filho fez oito anos no dia 5 de Dezembro de 2007. Aos oito anos em que pensamos? Sobre o que vivemos? Lembro-me de como eu era nessa idade e do que fazia em férias. Nunca fui um verdadeiro jogador de futebol mas adorava brincar na rua dos meus pais, desfrutar dos campos de milho que por ali existiam. Eu e os meus amigos imaginávamos aventuras e tratávamos de as transformar numa realidade infantil e muito divertida. Nos dias frios, como o de hoje, eu e o meu irmão ficávamos por casa sob o olhar atento dos nossos avós e recebíamos os nossos amigos. Nada mais nos importava para além da diversão e das brincadeiras. O dia era levado a pensar na aventura seguinte.
Hoje sentei-me a pensar nisto! Como eu era aos oito anos.
O Gonçalo, pelo menos até partir para Angola, adorava jogar futebol, perdia-se no tempo a andar de bicicleta, corria com todas as forças, apreciava muito praticar artes marciais, demonstrava especial apreço por se sentar a ver um filme adequado à sua idade e, naturalmente, não dispensava os vídeo jogos. Sempre foi um menino muito conversador e uma excelente companhia.
Hoje, parei para pensar no que sentirá o meu filho em Angola. Eu não conheço África. A Alexandra conhece Cabo Verde e a Tunísia. Segundo ela são dois países que encantam pelo clima, pela sensação de liberdade e pela simpatia das pessoas. Ontem, ao ouvir falar de Angola memorizei uma frase: “Aquela terra tem feitiço”! Senti medo e alívio.
Não tenho dúvidas de que o Gonçalo sente a minha falta enquanto pai e amigo. Estou certo de que uma terra tão mágica que enfeitiça não é, para ninguém, nem mesmo para uma criança a compensação da falta de alguém. Mesmo assim, hoje imagino como estará o meu filho de oito anos…Com toda a certeza fará praia frequentemente, deve ter a pele bem mais morena; imagino que ande de bicicleta pelo menos pelos jardins do hotel em que, segundo me disseram, mora; imagino que jogue futebol. Será? Nem sei se ele fez amigos com quem possa jogar! Sim…o meu filho pode deixar que aquela terra o enfeitice. Tudo isto é verdade…mas…o meu filho não vai esquecer-me nunca e, estou certo, não deixará de me amar. Imaginá-lo a brincar e a sorrir em Africa não me choca, bem pelo contrário. O que quero é sentir que ele está o melhor possível e que eu o voltarei a ver em breve.
Nestas reflexões comecei a pensar quais as minhas razões. O que, na verdade, para além da minha saudade me faz pensar que o Gonçalo estaria melhor em Portugal. Faço muitas vezes esta reflexão mas hoje decidi tomar nota de cada ponto neste blog. Por favor avaliem…
1)O Gonçalo partiu para Angola em Outubro ou Novembro de 2007, logo, já depois de iniciado o ano lectivo e durante o curso da terceira classe. Com isto, como é natural, o meu filho ficou prejudicado em termos académicos. Que ano estará a cursar actualmente? Qual o sistema de ensino? Português ou Angolano?
2)Em Portugal, o Gonçalo poderá cursar escolas que lhe garantam um ensino mais eficaz e eficiente e que lhe permitam, caso assim entender, entrar numa boa Universidade.
3)Em Portugal o Gonçalo conta com toda a sua família com excepção da mãe. Por cá ele tem o pai, o irmão, os avós maternos e paternos, os tios, os primos, a Xana, os pais da Xana, até mesmo a família do companheiro da mãe que ficou responsável, segundo sei pelo segundo filho da minha ex mulher;
4)Em Portugal, mesmo que a mãe do Gonçalo estivesse em Angola eu poderia garantir o contacto de ambos através do telefone, de carta e da Internet. Eu sei que o faria.
5)Em Portugal o Gonçalo poderia prosseguir com as actividades que estava a frequentar, i.e., os treinos de futebol e as artes marciais. Para além disso, podia iniciar a prática do ténis que ele tanto queria;
6)Em Portugal o Gonçalo poderia aperfeiçoar a leitura e a escrita. Eu e a Xana estávamos a planear começar a sugerir-lhe leitura de livros adequados à idade para ele se começar a habituar e apreciar. Sei que isto não acontecerá em Angola. Durante os anos que vivi com a minha ex mulher nunca a vi pegar num só livro para o ler;
7)Em Portugal, fazendo fé nas notícias e relatos de quem vive em Angola, o Gonçalo conta com um sistema se saúde incomparavelmente melhor e mais eficaz;
8)Em Portugal o Gonçalo pode correr pelo parque da cidade e pela praia sem medo de tropeçar em numa mina;
9)Em Portugal o Gonçalo poderia continuar a incrementar os laços de amizade com os amigos que já tinha.
Razões…razões que creio serem no interesse do meu filho e desprovidas de qualquer egoísmo. Estou mesmo convencido de que para o Gonçalo melhor será viver no país onde nasceu. Bem sei que muitas vezes as crianças partem com as suas famílias para realidades distintas no entanto, o Gonçalo não tinha necessidade de passar por isto e de ficar privado de tudo quanto aqui lhe podemos dar.
Tenho saudades tuas filhote!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Faz hoje seis meses que casamos!


Faz hoje seis meses que casei pela segunda e última vez! Nas férias de verão o Gonçalo participou nas nossas conversas sobre o casamento e estava muito entusiasmado com os preparativos da festa. Inicialmente tínhamos pensado casar em Outubro, o Gonçalo planeava "carregar" as alianças e imaginava vestir uns calções azul marinho e calçar uns sapatos de vela. Ele, que é um descontraído e adora roupas desportivas e confortáveis tinha dado imensa importância à escolha da vestimenta para o casamento do pai. Infelizmente, com a eminência da partida para Angola acabamos por decidir adiar o casamento. Na expectativa de uma visita no Natal, tal como acordado no regime de visitas, marcamos o casamento para Dezembro mas, uma vez mais, a mãe do Gonçalo falhou!
Decidimos casar no dia 3 de Janeiro. Casamos na conservatória e não organizamos qualquer festividade por respeito ao Gonçalo e ao entusiasmo que, desde o início ele demonstrou pela festa. O nosso casamento é muito importante para nós. A festa pode esperar. Logo que o meu filho volte a Portugal vamos organizar uma grande comemoração.
Somos felizes juntos. Vivemos como um só e lutamos, às vezes quase sem necessidade de falar pelos mesmos objectivos. Tenho a certeza de que somos para sempre...uma família.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Cansado!

Hoje sinto-me especialmente cansado e desanimado. Aproxima-se a passos largos o dia da conferência de pais mas eu, sinceramente, tenho quase a certeza de que a mãe do meu filho não virá a Portugal na próxima semana. Resta-me a possibilidade de se fazer representar por advogado e, caso assim seja, posso manter o meu desejo de dizer aos senhores magistrados o que se está a passar. A ver vamos..
Continuo sem conseguir falar com o meu filho! Sempre que os meus pais telefonam ela atende e passa o telefone ao Gonçalo mas, quando sou eu rejeita as chamadas, não as atende ou, simplesmente me desliga o telefone.
Hoje sinto-me tão cansado! Não tenho dormido bem e começo a denotar alguma fadiga. Nesta fase da minha vida, em que tenho tudo para me sentir "cheio" faz-me tanta falta o abraço e o sorriso do Gonçalo.
Sei que ainda vai passar algum tempo até que eu o volte a ver mas, como o meu amor por ele é de sempre e para sempre, não desisto.
Obrigado a todos pelo apoio e pelo carinho.
Sinto que não estou só!
Um abraço