quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

...mais do mesmo!

Hoje às 14h00m, tal como despachado ontem pelo Juiz do processo, fui buscar o Gonçalo a casa da mãe. Fui pontual, aliás, cheguei 2 minutos mais cedo. Chovia imenso e a rua estava completamente deserta. Não fui sozinho, nunca vou sozinho. Toquei à campainha, esperei, voltei a tocar, esperei, toquei uma terceira vez. Ninguém, nada! A porta não se abriu e as janelas permaneceram fechadas. Chamei a polícia para registar a ocorrência. Em boa verdade, para comprovar junto do Juiz que fui lá, cumpri o despacho mas, uma vez mais a mãe do Gonçalo faltou!Esperei pouco mais de 60 minutos, relatei os factos aos agentes que compareceram no local e vim embora com uma estranha sensação de "dever cumprido".
Sempre soube que hoje não teria o meu filho comigo. Nunca acreditei que a minha ex mulher fosse capaz de cumprir uma determinação de um representante de um órgão de soberania. Eu sei bem que ela sente a impunidade dos últimos cinco anos de incumprimentos sucessivos e reiterados.
Amanhã irei ao Tribunal relatar mais esta falta, falha, desrespeito e, reitero tudo quanto disse: Quero o Gonçalo para criar e educar, como pai e verdadeiro detentor do poder paternal. Não é o que se diz na lei? Sim, foi isso que li. Não é por uma semana ou quinze dias que quero estar na vida do meu filho mas sim por todas as horas, em todos os momentos.
A todos o meu sincero obrigado pela confiança, pelo apoio e pelas palavras com que não me faltam.

...e eu que só quero ser pai!

Eu garanto que só quero ser pai, pai por inteiro, pai completo, pai nos melhores e nos piores momentos. A quem posso dizer que quero ser pai? Quem pode ajudar-me a cumprir esta tarefa que me foi confiada no dia em que o Gonçalo foi concebido? NINGUÉM!
Ontem, às 15h00m lá estava eu no Tribunal de Família e Menores do Porto. Pontual e cumpridor...como sempre! Enquanto aguardava pela chamada percebi que a mãe do Gonçalo não estava presente e imaginei que voltaria a faltar. Rapidamente o meu pensamento foi para as duas turmas que eu deixei sem aulas para estar ali, para os meus alunos e os pais destes com quem, confesso, sinto que tenho o dever de estar presente, de não faltar em hipótese alguma.
Aguardei paciente e certo de que desta vez seria ouvido pelo Juiz do processo. Ilusão! Pura ilusão de que me respeitam, de que respeitariam a minha vida profissional, o meu tempo, os meus alunos.
Uma vez mais a mãe do meu filho Gonçalo faltou! Enquanto me diziam que ela estava doente em casa eu recebia um telefonema que me informava de que ela estava a sair de casa dos sogros, sozinha e a conduzir! Pobres, tristes os que se acham assim tão espertos!
Pasmem! Não fui ouvido! Perdi uma tarde de trabalho para não ser ouvido uma vez mais.
Pior...muito pior: O simpático oficial de justiça, um senhor que me parece muito competente e extremamente delicado deu-me a notícia. Hoje, às 14h00m vou buscar o Gonçalo a casa da mãe e ficarei com ele até que parta para Angola! Feliz? Não, nada, nem um pouco. Tenho a certeza de que o Gonçalo não me será entregue esta tarde e, ainda que seja como poderei achar bem que ele volte para Angola, assim...sem mais, sem que a mãe tenha de enfrentar o Tribunal, assumir as suas culpas e encontrar uma solução para que não passe mais um mês sem que eu tenha notícias do Gonçalo?!
Mais...ainda há mais! A mãe do meu filho Gonçalo não voltará tão cedo para Angola e ele irá com "não sei quem"!? Que tal? O meu filho, que não é órfão nem de pai e nem de mãe vai, alegadamente para Angola sozinho, com um terceiro que nem é da sua família, que eu não sei quem é! Porquê? Aparentemente para iniciar as aulas em Fevereiro. Não me façam rir. Não...chorar não choro e, se a ideia é desistir...desistam porque eu vou continuar aqui, de frente, de cara levantada, sem medo e a lutar pelo dia em que este Estado vai ouvir a razão.
Mas...por favor, digam...este processo não é digno de um "nós por cá"?
Em nota final: Ontem, às 22h40m a mãe do meu filho, doente, tão doente...andava na rua, sozinha e a conduzir! Testemunhas? Mais que muitas...será que interessa ouvi-las?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Amanhã às 15h!

Amanhã às 15h00m está marcada a tão desejada conferência de pais. Finalmente!
Confesso que fiquei absolutamente espantado com a notificação desta manhã mas, sem dúvida mais sereno, tranquilo e na expectativa de uma decisão com efeitos práticos.
O Gonçalo continua em Portugal sem que eu o veja desde o dia 2 de Janeiro! Tempo perdido. Tempo meu, tempo do meu filho, tempo da nossa família. Em quase um mês poderiamos ter feito "mil coisas", poderiamos ter visitado tantos sitios, tantos amigos, poderiamos ter jogado tantos jogos, ter passado horas e horas a conversar e, muito provávelmente já teriamos terminado os livros que começamos a ler juntos e que ficaram a meio. Nem sei bem como será daqui a mais trinta dias. Em boa verdade o Gonçalo está em Portugal, pelo menos desde 6 de Dezembro de 2008 (dia em que o encontrei sem aviso) e, pelo que sei, em Angola o ano lectivo começa em Fevereiro. Assim, se eu pensar na pior das hipóteses o meu filho estará, muito em breve de partida. Partida?! Não, não posso enquanto pai admitir que o Gonçalo volte para Angola, não posso admitir correr o risco de passarem mais 14 meses sem que eu prive com ele.
Não acredito em acordos! REVOGO todo e qualquer acordo, PEÇO a alteração da regulação do poder paternal, CUMPRO o acordo que vier a ser estabelecido desde que o meu filho fique aqui, comigo, com a minha família mas...não o deixarei voltar para Angola.
Amanhã, às 15h00m lá estarei, como sempre e como entendo ser o meu dever.
Entretanto o João continua a crescer tranquilamente. Parece ser um bébé muito activo, mexe imenso como quem diz a toda a hora "Estou aqui!". Amanhã, antes da conferência é dia de consulta, dia de visita ao T0 do nosso pequenito que, no quentinho ainda não vive esta nossa agitação.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Gonçalo está em Portugal!

Embora certo de que estou bem acompanhado e bem assessorado, não consigo deixar de olhar para os factos com desânimo!
Depois de tanto tempo sem ver o meu filho porque ele estava, algures em Angola, volto a estar demasiado tempo sem saber nada dele quando ele mora aqui, a escassos km’s de minha casa.
Apesar de não conseguir falar com o Gonçalo por telefone e de não me abrirem a porta quando toco em casa da mãe dele, sei que o meu filho continua em Portugal. Não obstante isto, a minha ex-mulher continua a achar ser a dona e legítima possuidora de uma criança de 9 anos e, ao arrepio de todos os meus direitos de pai e de todos os direitos de filho, continua a incumprir o acordo de regime de visitas estabelecido em Outubro de 2007 perante o Tribunal!
Entretanto, para meu desespero e terrível surpresa, a conferência de pais contínua suspensa e a aguardar nova data desde 17 de Dezembro!
Às vezes acho que tantos momentos, tantos episódios me foram anestesiando e deixando sem dor, sem mágoa, sem medo, disposto a tudo e a nada!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Felicidades, tristezas, alegrias e angústias...tudo misturado num mesmo blog!

Relendo as mensagens que fui escrevendo ao longo destes quase doze meses, fiquei com uma estranha sensação de “falta de um fio condutor”. Inicialmente fui contando, dia a dia os vários episódios desde o meu divórcio até à viagem do meu filho para Angola. Entretanto, fui desabafando com escritos sobre as minhas emoções, sensações e tristezas. Escritos sobre medos e angústias.
O tempo foi passando e eu fui deixando neste blog as minhas experiências, as vezes que falava com o Gonçalo, as vezes em que nada sabia dele…enfim, fui contando o que no presente se estava a passar.
Como sabem, no dia 6 de Dezembro de 2008, reencontrei o Gonçalo e passei com ele um período de cerca de 16 dias entre 13 de Dezembro e 2 de Janeiro. Como é natural manifestei a minha felicidade e alegria pelo reencontro, pela possibilidade de dividir com ele as festas de Natal, de Passagem de ano e o momento em que soubemos que vinha a caminho o João!
Não podia, como compreendem manifestar tristeza ou angústia durante esse período. Em boa verdade, enquanto estive perto do meu filho vivi feliz cada momento e, muitas vezes esqueci a tristeza de não o ter acompanhado durante 14 meses.
Agora estou, uma vez mais sem saber nada do Gonçalo! Pior…nem sei se está em Portugal ou se já partiu para Angola. Assim sendo, é natural que o blog e os meus textos deixem de ser a descrição de momentos alegres. Estou, uma vez mais a viver a angústia de nada saber do meu filho.
Para quem não me conhece é natural que se sinta confuso, baralhado com textos felizes misturados em textos magoados e tristes mas, não há outra forma de contar a nossa estória.
Continuamos a aguardar pela marcação de data para a conferência de interessados suspensa a 17 de Dezembro. O Tribunal permanece silencioso e o processo completamente parado.
Eu continuo a sentir o cansaço misturado com a certeza de que não vou desistir de participar activamente na vida de um filho que desejei ver nascer e desejo ver crescer.
Bem hajam!
Um excelente fim de semana para todos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

...aguardo e avanço!

Decidi aguardar pela intervenção do Tribunal e não voltar a tentar contactar o Gonçalo via telefone. Há mais de cinco anos que passo os dias a "pedir" para falar com o meu filho, para passar algum tempo com ele, a pedir para ser pai! Decidi que chegou a hora de exigir.
Em Tribunal corre, perdoem-me os erros técnicos, um incidente de incumprimento do acordo sobre o regime de visitas por parte da mãe, pois muito bem...desde Fevereiro de 2008 que este incidente aguarda um fim! Continuamos a aguardar e, pelo que sei o Gonçalo está prestes a partir, uma vez mais para Angola. Entretanto, porque quem espera desespera, chegou a hora de ouvir quem percebe destas questões e avançar com outros incidentes ou acções!
Vou à luta pelo poder paternal do Gonçalo e pela responsabilização de quem não acautela os nossos direitos.
Entretanto: "Filhos para sempre!"...O nosso João continua no quentinho da mama e a crescer de forma saudável. Por agora tudo corre com normalidade e, enjoos à parte mama e bébé estão muito bem :-)
Um especial obrigado aos bons conselheiros.
Um abraço forte e, uma vez mais carregado de esperança.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Pasmem!

Pasmem com o que acaba de acontecer!
Desde 2 Janeiro até hoje, pese embora as diversas tentativas, nunca mais consegui falar com o meu filho. Esta manhã, porque não desisto de ser pai, voltei a ligar e o Gonçalo atendeu o telefone. Falamos cerca de cinco minutos e eu perguntei-lhe quando o poderia ir buscar para passar mais algum tempo cá em casa. O meu filho disse-me que ía falar com a minha ex mulher e que me falaria mais tarde. Falou-me há cerca de trinta minutos e vejam o que me disse!? O Gonçalo afirmou que não vinha passar mais algum tempo comigo porque tinha saudades da mãe e ía ter uma festa de despedida!!! Reparem...estamos a falar da mesma criança que, esta manhã me tinha dito que queria passar mais algum tempo comigo. Insisti, perguntei se não queria mesmo vir e, num segundo alguém de lado lhe disse "desliga". A chamada caiu depois daquela palavra proferida por alguém do sexo feminino. Não me aguentei e mandei uma sms para a mãe do Gonçalo a dizer-lhe que lhe queria falar. Liguei e ela atendeu-me. Como, infelizmente sei do que é capaz deixei o meu telefone em alta voz e vejam o que ouvimos para grande surpresa: Que o Gonçalo está a ser acompanhado por um psicólogo por ter sido MOLESTADO, AMEAÇADO e MAL TRATADO cá em casa!!! Ora essa...mas desde quando tenho eu que ouvir este tipo de coisas e continuar como se nada estivesse a acontecer ? Basta! Isto é demais e por aqui estamos cansados de tantos despropósitos e disparates.
Definitivamente a mãe do meu filho entrou num processo de alienação parental que, dependendo da sua contade não terá volta.
Mais uma semana...só mais uma semana e, caso até sexta-feira o Tribunal não marque a esperada conferência de pais vou fazer como todos os outros e levar este caso aos meios de comunicação social e ao Tribunal das Comunidades.
Minha senhora...desde a aprovação da nova lei do divórcio a sua actuação é crime!
Estou farto!
Não volto a ligar para ninguém. É a vez do Tribunal intervir e decidir em tempo e com eficiência. Para bem de todos nós que esta intervenção aconteça em tempo útil, com a minha ex mulher e o meu filho ainda em Portugal. Pelo que sei estarão de partida para Angola dentro de dias!
Este país goza com os pais, goza com os cumpridores mas...não goza para sempre porque todos os seres humanos têm os seus limites. Não é o filho dos senhores magistrados, dos seus familiares ou dos seus amigos por isso..tem tempo, não é? Tem tempo! É o que pensam todos enquanto a minha vida vai andando e o Gonçalo vaio crescendo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

...tudo igual!

Faz amanhã uma semana que não falo com o meu filho Gonçalo! Depois de ter passado cerca de duas semanas com o meu filho tenho agora uma nova sensação de perda ainda maior e mais dolorosa. Sinceramente estou muito arrependido por ter levado o Gonçalo a casa da mãe! Eu devia ter ficado com o menino até concretização da conferência de pais suspensa. Desde que me separei da minha ex mulher tenho tentado evitar aborrecimentos e sou extremamente cuidadoso nas minhas atitudes. Não faço nada sem antes pensar no menino e nas eventuais consequências da minha actuação. Tenho estado errado! Deveria agir como um verdadeiro animal, por instinto! Pelo que parece quando se actua assim, sem pensar os resultados são imediatos e favoráveis. Com as minhas correcções, educação e cumprimentos só consigo meses, anos de esperas dolorosas sem quaisquer resultados práticos.
É por respeito a esta sociedade em que vivemos que tenho cumprido com todas as minhas obrigações em detrimento dos meus direitos e dos direitos do meu filho mas, sinceramente...que respeito tem esta sociedade demonstrado por mim?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Portugal não protege quem cumpre! Ano novo vida velha...

A todos votos de um ano feliz e repleto de boa disposição.
Quanto a nós...Ano novo vida velha!
Nem sei bem por onde começar este texto! Confesso que me começo a achar cansativo e repetitivo mas, com toda a sinceridade…não sei o que fazer para ser diferente nesta fase da minha vida.
Foi muito bom contar com a presença do meu filho Gonçalo entre os dias 13 de Dezembro de 2008 e 2 de Janeiro de 2009. Foi bom partilhar com ele o Natal, a notícia sobre a chegada do mano João e a entrada no ano de 2009. Nos próximos dias tentarei relatar alguns dos nossos momentos em família. Pelo menos aqueles momentos carregados de risos e sorrisos que me fizeram sentir vivo e retemperar energias.
No dia 2 de Janeiro de 2009, face à impossibilidade de contactar a mãe do meu filho para recombinar uma data de regresso do menino a casa, fui levá-lo. Pelo caminho senti-me frágil e incapaz de fazer algo por mim ou por ele. O meu coração insistia que deveria ficar com o Gonçalo até ordem em contrário do Tribunal mas, racionalmente não poderia actuar assim!
Comecei a pensar e tentei resumir, na minha cabeça os acontecimentos últimos:
Reparem, no dia 6 de Dezembro, por sorte e mero acaso descubro que o Gonçalo está em Portugal ao vê-lo sair de casa na companhia da mãe, do companheiro desta e do irmão! Ao fim de 14 meses revejo o meu filho e, por exigência da mãe são-me concedidas apenas umas horas para “matar” a saudade e privar com o menino. Tal como havia combinado com a minha ex mulher, nesse dia fui levá-lo a casa ao fim da tarde! Cumpri! No dia 13 de Dezembro fui buscar o Gonçalo desta vez com o intuito de passar mais algum tempo com ele. A 17 de Dezembro a mãe do meu filho falta à conferência de pais que estava marcada e, em consequência disso o Senhor Magistrado decide suspender a mesma até 31 de Dezembro. Eu estive presente. Cumpri! No dia 2 de Janeiro de 2009, face à ausência de qualquer informação por parte do Tribunal, do Senhor Advogado da mãe do Gonçalo ou da própria, fui levar o Gonçalo. Cumpri, como sempre!
Hoje, dia 5 de Janeiro, volvidos três dias desde que levei o Gonçalo a casa da mãe tudo se repete, i.e., não consigo falar com o menino. Todas as tentativas de contacto são frustradas e as minhas mensagens não são respondidas! Do Tribunal nem uma novidade. Provavelmente será marcada nova data quando o Gonçalo já tiver voltado a Angola!!!
Adiantou cumprir?
Talvez tivesse sido melhor ser um faltoso, desrespeitador da justiça e incumpridor de todos os acordos. Pelo menos, estou certo, se assim fosse o Gonçalo ainda estaria comigo, em nossa casa, feliz, bem cuidado e a encher-me de alegria em cada segundo. “O crime compensa”, não é o que dizem? Parece verdade!
Deverei continuar a ser um cumpridor? Deverei manter-me conformado com uma inexplicável lentidão da justiça? Cumpro! Volto a cumprir! Para quê? Estou farto de ser a vítima cumpridora incapaz de, para cumprir, proteger o meu filho Gonçalo.