segunda-feira, 31 de março de 2008

Depois do Verão...

Depois das férias de verão levei o meu filho, de volta para casa da mãe. Despedi-me dele com a certeza de que nos voltaríamos a ver dentro em breve. Naquela altura 15 dias pareciam-me tempo de mais mas, sinceramente, hoje, volvidos quase 6 meses sem o ver, 15 dias já não parecem tão longos.
É certo que passava duas semanas sem falar com o Gonçalo, sem o ouvir ou saber dele. No entanto, a alegria de o ter perto de mim de sexta-feira a domingo faziam-me esquecer a dor de não o sentir durante aquilo que, na altura, me parecia tanto tempo!
Aos fins de semana praticamente só estávamos em casa para fazer as refeições e dormir. Passeávamos imenso, costumávamos visitar os meus pais, os meus sogros, o meu irmão, os nossos amigos. Nunca deixávamos de ir ao Parque da Cidade para correr e jogar futebol. O Gonçalo adora jogar psp mas, ainda assim, preferia sempre andar de um lado para o outro, confraternizar, aproveitar o bom tempo e conversar muito. Por princípio cuidávamos fazer as refeições em casa e, confesso, esse momento era muito especial.
Durante o fim de semana guardávamos algum tempo para ver um filme apropriado à idade do meu filho. Por essa razão, ficávamos os três na sala ou no quarto dele, em sossego, a apreciar uma história de cada vez.
Um dia, no final de semana antes da notícia da viagem para Angola, o Gonçalo vinha estranho e com excesso de mimo. Pedia abraços e muito colo. Fiquei surpreendido porque o menino me pediu para visitar alguns locais, como por exemplo um parque infantil onde costumávamos ir quando ele tinha cerca de 4, 5 anos. O Gonçalo, durante esse final de semana recordou muito dos anos anteriores...a frase era: Papa, lembras-te quando eu era pequenino e vínhamos aqui?
Achei deliciosas todas aquelas recordações sem me aperceber que o meu filho se estava a despedir e a tentar guardar fortes e boas recordações na sua memória.
Durante a semana que se seguiu recebi a notícia: a minha ex mulher pretendia ir viver para Angola!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Dia do pai!

Dizem que o “Dia do Pai” surgiu há mais de quatro mil anos na antiga Babilónia quando um jovem, chamado Elmesu moldou e esculpiu em argila o primeiro cartão que desejava saúde, sorte e longa vida ao seu pai.
Ontem, dia 19 de Março, aguardei pelo contacto do meu filho. Passei horas com a doce ilusão de que a minha ex mulher o deixaria falar-me. Ilusão...não mais que isso.
Estou certo de que o Gonçalo se lembrou de mim ontem, não por ser este dia dedicado aos pais mas sim porque eu acredito, o meu filho lembra-se de mim todos os dias.
O ano passado, no fim de semana seguinte ao dia do pai fui buscar o Gonçalo. Lembro-me que ele entrou no carro em lágrimas e sem conseguir proferir uma palavra. Nesse dia fui buscá-lo com o meu próprio pai. Depois de o termos acalmado ele expressou a sua tristeza. Tinha feito um presente para mim no colégio e, por imposição da mãe, ofereceu-o ao companheiro desta. Fiquei chocado sem conseguir controlar as lágrimas. O meu pai levou o Gonçalo a um shopping e deixou-o escolher um presente para mim. Recebi uma imagem de Buda e, mais do que isto o abraço carinhoso e o sorriso transparente do meu querido filho.
Não calculam a dor que tenho sentido ao longo destes quase seis meses de ausência. Acordo e adormeço com a angústia de saber o que será feito da criança que tanto desejei e ajudei a chegar a este mundo. Sofro de uma forma que não consigo traduzir em palavras e alimento os meus dias com as recordações de cada momento e a firme esperança de repetir tantas alegrias.
O Gonçalo é uma criança tão especial, tão cheia de projectos, tão carregado de energias positivas. O Gonçalo é o meu filho lindo, a minha maior preciosidade. Por mais tempo que passe não vou desistir de o ter perto de mim e da nossa família.
Estamos a reformular o quarto destinado ao meu filho. Decidimos renovar as cores e o ambiente embora, como é natural, sem desrespeitar aquilo que o Gonçalo escolheu e a forma como dispôs.
Estou a passar pela fase mais difícil de toda a minha existência. Não serão as dificuldades desta vida as maiores lições? Sofro, dói muito mas...Gonçalo, continuo aqui, firme e decidido. Estamos à tua espera. Sim, estamos! Não estou sozinho e nunca vou estar só.
Amo a minha família! Amo cada uma destas pessoas que estão na minha vida desde sempre e para sempre.
Obrigado a cada uma das pessoas que conheço e me apoiam, obrigado a cada uma das pessoas que eu não conheço mas visitam este blog e me deixam carinho e ternura.
Bem hajam! Uma Páscoa feliz para todos.

terça-feira, 11 de março de 2008

Férias de Verão!



Passaram mais de 6 meses desde as férias de Verão!
Em Agosto, assumido e aceite que estava pelo Gonçalo o crescer da nossa família, fomos juntos para fora do Porto. Decidimos passar o período de férias numa casa de família na companhia dos meus pais, demais familiares e alguns amigos. O Gonçalo usufruiu ao máximo daquele período e, naturalmente da companhia de todos. Lembro-me que no dia da viagem estava ansioso por chegar e não parava de dizer o quanto ia brincar com o primo Bernardo. Foram dias fantásticos! O Gonçalo, dançou, cantou, brincou...enfim!
A meio das férias a mãe do meu filho ligou para o meu telefone móvel. Como é evidente passei de imediato o aparelho ao menino para falar com a mãe. Orgulho-me de nunca ter sonegado ao Gonçalo os contactos com a mãe.
Apreciei a forma como o meu filho e a pessoa com quem decidi partilhar o resto da vida conseguiam rir sem parar e como tinham sempre tema de conversa. Nunca mais me esqueço do sorriso da minha mãe quando nos apanhou, aos três a rir sem parar.
O Gonçalo andava muito empenhado na decoração do seu quarto e, um dia, ao passar por uma montra, escolheu um puff cor de laranja que, segundo ele, ficaria muito bem com a decoração do espaço. A opinião foi unânime! Compramos o puff que continua no teu quarto filhote para quando voltares.
No fim das férias voltamos ao Porto e, com dor, eu preparei-me para levar o meu filho a casa da mãe.

domingo, 9 de março de 2008

Vida refeita!

Anos após o meu divórcio, durante o período de raro respeito da mãe do meu filho e depois de ter as minhas certezas, preparei-me para apresentar ao Gonçalo a pessoa com quem decidi refazer a minha vida.
Fui buscar o meu filho a casa da minha ex-mulher para com ele passar o período de férias de Verão. No caminho disse-lhe que partilhava tudo de mim com outra pessoa com quem projectava casar. O Gonçalo surpreendeu-me ao sorrir e dizer-me que já sabia. É muito inteligente esta criança. Tinha percebido as conversas e os telefonemas, tinha guardado para ele as suas percepções e intuições. Quando chegamos a casa ele reagiu com naturalidade e, quase de imediato começou a interagir com aquela pessoa que para sempre ficará nas nossas vidas.
Decidimos ficar no Porto três dias com a intenção de permitir que os dois se fossem conhecendo. No final do primeiro dia os nossos amigos já comentavam que parecia impossível os dois se terem conhecido naquela manhã.
Depois de um jantar em casa de uma amiga voltamos a casa. O Gonçalo adormeceu no carro e só acordou já no nosso apartamento. Dormiu no quarto carinhosamente preparado para ele.
Na manhã seguinte o meu filho acordou carregado de planos e ideias. Saltou em cima da nossa cama com a naturalidade própria de um menino de 7 anos e abraçou-nos, a ambos, com a sinceridade de uma criança feliz.
O Gonçalo aceitou sem questionar a pessoa que escolhi para partilhar o resto da minha vida.
No dia 17 de Agosto partimos, os três, para um período de férias fora do Porto.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Novidades...

Na passada quarta-feira, dia 5 de Março, chegaram novidades do Tribunal de Família e Menores do Porto. Na sequência da minha intervenção comunicando ao Tribunal a total ausência de informações, a mãe do meu filho, representada por advogado, proferiu as suas alegações. É fantástico como se consegue escrever inverdades e, depois disso dormir com tranquilidade.
Diz-se naquela peça processual que eu fui devida e atempadamente informado da morada e contactos do Gonçalo...Falso! Diz-se que fui, atempadamente informado de que o menino não vinha a Portugal no Natal...Falso! E agora pasmem: Diz-se que tenho sido vítima das fracas comunicações telefónicas entre Portugal e Angola! Francamente!!! A verdade é que tenho estabelecido contacto com dois amigos que vivem em Angola e nunca senti qualquer dificuldade. De resto, com eles nunca a chamada foi abaixo. Aliás, tenho uma amiga cujo marido trabalha e reside em Angola e, contrariamente ao que acontece comigo, fala todas as semanas com ele. Enfim, falsas e atrapalhadas desculpas para a verdade: Não me queres deixar manter o contacto com o meu filho! Não desisto...o Tribunal vai decidir.
Gostava, sinceramente que este blog fosse lido e analisado pelo Meritíssimo Juiz a quem cabe a decisão.
Enfim...estou por aqui forte e confiante. Estou decidido a nunca desistir de lutar pela companhia do Gonçalo. Obrigado a todos pelo carinho, apoio e confiança!
Bem hajam