sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Entretanto!

Entretanto recebemos uma nova proposta de acordo e alteração do regime de visitas. Como a qualifico? Indigna!
A mãe do Gonçalo propõe que as visitas do meu filho a Portugal sejam reduzidas de quatro para uma, i.e., o Gonçalo viria a Portugal uma vez por ano entre Dezembro e Janeiro e, durante esse período ficaria alguns dias comigo mas…agora riam: sem prejuízo das consultas médicas! Ou seja, se a mãe do Gonçalo marcar 8 dias de consultas eu fico com menos 8 dias de visita!!!
Quer dizer: Alguém um dia acordou e imaginou que eu aceitaria ver o meu filho uma vez por ano!
Pior…diminuem as visitas ao pai mas triplica a pensão de alimentos!?
Não é uma questão de dinheiro…é uma questão de insensibilidade e falta de senso!
Naturalmente rejeitei aquele acordo. Aliás, volvidos quase seis anos de incumprimentos não estou disposto a aceitar qualquer proposta de acordo salvo se me for dada a mim a responsabilidade de cumprir, i.e., fico eu com a guarda e poder paternal do Gonçalo e, desta forma garanto que ele vê a mãe, os irmãos e os avós maternos sempre que estes pretendam e seja possível do ponto de vista prático.
Acordos são feitos com pessoas de bem, com pessoas que cumprem e nunca falham de forma intencional.
Acordar nesta fase seria premiar uma incumpridora! É chegada a hora do Tribunal, através dos Senhores Magistrados decidir sobre o incumprimento. O Tribunal deverá decidir se há ou não incumprimento e, caso haja deverá punir os incumpridores. Não facilitarei o trabalho de ninguém!
A partir do momento em que esteja fechado o processo de incumprimento partirei, sem desistir na luta pelo poder paternal do Gonçalo.
Confio pelo menos na nova legislação que vem criminalizar a alienação parental!
Morro de saudades do meu filho mas, estou certo…vamos chegar a “bom porto”.

Por onde posso começar?!

Por onde posso começar?!
As informações são, invariavelmente contraditórias! Chego a um ponto em que nem sei se há alguém confiável.
No dia 18 de Fevereiro recebi um contacto que me garantia que o Gonçalo não estava em Angola. Pelo menos não estava na companhia do pai dos irmãos. Fiquei muito aflito e demasiado angustiado perante tal incerteza.
Decidi tentar o contacto com a mãe do meu filho através de mensagens escritas pedindo-lhe um número para falar com o Gonçalo. Perante o silêncio desta, optei por enviar um mail ao cuidado do pai dos irmãos do meu filho para o tal hotel onde, alegadamente trabalhará. Fui duro no mail enviado e demonstrei a minha intenção de prosseguir com uma queixa crime caso não falasse com o Gonçalo até 23 de Fevereiro. Para meu grande espanto, no dia em que enviei este mail comecei a receber chamadas de um número angolano. Sempre que tentava atender a chamada desligavam-me e, sempre que eu tentava a ligação não me atendiam! Finalmente, no dia 22 de Fevereiro, cerca das 13h00m recebi um contacto do mesmo número e, quando atendi falei com o Gonçalo!
O meu filho está de facto em Angola, no Lobito e na companhia do pai dos irmãos. Apesar de passar a maior parte do tempo entregue aos cuidados dos empregados do hotel, a vaguear pelos corredores e a conversar com os hóspedes, o Gonçalo pareceu-me sereno. Conversamos um pouco, falamos sobre o nascimento do João e sobre como estava. Os poucos minutos foram suficientes para me acalmar a aflição mas, como imaginam, parcos no que se refere à saudade.
Não me conformo com o facto de uma criança com 9 anos estar em Angola entregue aos cuidados de alguém que não é o seu pai e nem a sua mãe! Mas a que propósito foi o Gonçalo para lá? Que disparate enorme!
A minha ex mulher tem três filhos e nenhum dos três está com o pai! Pior: em Outubro de 2007 fiz um acordo, embora “forçado”, nos termos do qual o Gonçalo ía para Angola aos cuidados da mãe. Eu nunca autorizei e tão pouco pretendi autorizar que o meu filho fosse entregue aos cuidados de um terceiro. Não há necessidade de fazer isto ao Gonçalo. Porque não está ele em, Portugal?
A mãe do meu filho permanece por cá e, sinceramente não parece estar a preparar qualquer viagem. Alienação parental! É este o termo não é? Parecer que é esta a única intenção. Em boa verdade, para garantir tal alienação fica, ela própria afastada de um filho com 9 anos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mas afinal onde está o meu filho?

Habituei-me, embora sem me conformar a adormecer sem notícias do meu filho sabendo apenas que estava, algures em Angola na companhia da mãe. Habituei-me depois, uma vez mais sem me conformar, a adormecer imaginando que o meu filho estaria algures em Angola na companhia de alguém da confiança da mãe. Mas...e agora? Será possível habituar-me a adormecer sem saber onde está o Gonçalo? Fiquei gelado quando ontem recebi um telefonema e uma novidade: Segundo um amigo da família que reside em Angola, o meu filho não está lá e não se encontra na companhia da tal pessoa de confiança da mãe! Onde pára o Gonçalo?
A minha ex mulher permanece em Portugal com os filhos mais novos, o Senhor Juiz continua a aguardar um acordo que nunca se irá realizar e eu? Eu permaneço na dúvida e com a angústia de nada saber sobre o paradeiro de uma criança da qual, por sinal SOU PAI! Onde está o meu filho?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Muito obrigado! :)


Muito obrigado!

Nem imaginam como foi bom ler todas as mensagens e sentir-me assim acarinhado :) Curiosamente o post anterior atingiu os 35 comentários, i.e., exactamente a minha idade!
Infelizmente não consegui falar com o Gonçalo ontem. No dia 15 de Fevereiro, ao início da noite, enviei uma mensagem escrita à mãe do meu filho solicitando um contacto do Gonçalo durante o dia do meu aniversário ou, em alternativa, uma forma de eu próprio lhe falar. Ao contrário do ano passado, este ano, não obstante ter enviado o pedido confesso que não criei grandes expectativas e preparei o meu interior para o silêncio. O dia passou e, às 23h35m recebo uma mensagem escrita, de um telefone móvel português que afirmava qualquer coisa como: "Conforme tinha dito o meu número é ... Tente mais vezes que a rede é fraca"!!! Dei uma gargalhada! Lamento tanto pela previsibilidade das pessoas! O número angolano constante da mensagem está desligado desde o dia 5 de Dezembro de 2008. Ainda assim, como poderei provar através dos registos do meu telefone, tento estabelecer ligação com aquele número mais de três vezes ao dia sempre sem sucesso! Minha senhora, esse número, como bem sabe está desligado e não se encontra na posse do meu filho! Enfim...Como se chama este tipo de actuação? Creio que é alienação parental ou...será crime de subtracção de menor?

Amanhã é o aniversário da Xaninha e, sinceramente ambos acreditamos que no próximo ano os festejos serão a quatro :)

Bem hajam!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

E as novidades são...

...inacreditáveis!
Escrevo este texto com um sorriso nos lábios e sem sentir, verdadeiramente a dor! Estou como que "adormecido" e com a sensação de que muitas horas passarão até que volte a ver o Gonçalo.
Hoje, finalmente realizou-se a conferência de pais adiada por três vezes desde Julho. A mãe do meu filho compareceu, acompanhada pelo pai e pelo advogado. Eu, como sempre, lá estava. Depois de cerca de uma hora à espera fomos chamados. Quando entrei na sala senti uma enorme distância entre nós, o Juiz e a Procuradora do Ministério Público. Entre a minha cadeira e a secretária deles havia uma distância que nunca me pareceu tão grande. Sentei-me depois de afastar a minha cadeira da cadeira da mãe do Gonçalo e ouvi qualquer coisa como isto: "Ora muito bem, vamos então fazer aqui um acordo. A mãe do Gonçalo pode trazer o menino a Portugal uma vez por ano, em Dezembro e o menino fica com o pai 3 a 4 semanas"!!! Ouvi e fiquei em silêncio. Todos falaram, todos deram a sua opinião. O Senhor Juiz entende que os 14 meses de incumprimento da mãe são justificados pelo facto do Gonçalo ter estado em aulas! Como sabe ele que o Gonçalo esteve em aulas? Não sei mas, pelo que vi e ouvi o Senhor Juiz apenas se baseou na palavra da mãe do meu filho :) Sorri! Levantei o dedo e disse: " O Senhor Dr. está a pedir a minha opinião?"...resposta: "Já agora"! JÁ AGORA??? ...e eu disse "Aceitar um acordo como esse será premiar os incumpridores, neste caso os incumprimentos da mãe do Gonçalo. Como poderei justificar aos meus filhos que só se vão ver uma vez por ano? Não há acordo algum. Não acordo. A mãe do Gonçalo nunca honrou em cinco anos um único acordo, não honrou este e não vai honrar os próximos. Assim sendo, não há acordo". Fui determinado, peremptório e firme no meu tom de voz.
Senti o gélido silêncio da sala. Ninguém proferiu uma só palavra. A mãe do Gonçalo sequer ousou defender-se, o advogado dela baixou o olhar e, segundos depois vi o Juiz fechar o processo e dár-nos ordem de saída. Aguardamos agora as próximas notícias. Tudo indica que será marcada uma audiência de julgamento para inquirição das testemunhas. Mais um mês? Nem sei...
O Gonçalo? Não sei...O Juiz não me pareceu preocupado em querer saber onde ou com quem está o meu filho! Mais grave, o Ministério Público, defensor do menor, nada disse!
Aqui estamos...
Já iniciei a redacção das queixas com as quais vamos prosseguir.
O processo no Tribunal de Família e Menores do Porto vai continuar e eu, cansado e firme ,não vou desistir! Não deixo que me façam desistir do meu objectivo: Ser um pai presente na vida dos meus filhos!
A todos o meu sincero obrigado em meu nome e em nome da minha familia.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mais de um ano...

Passou mais de um ano desde que criei este espaço e iniciei a partilha da minha estória como pai! No dia 5 de Fevereiro de 2008 escrevi o primeiro texto "Razão de um blog" e, de lá para cá encontrei palavras, histórias e estórias, pessoas, abraços e muita solidariedade. Todos os dias sinto que este espaço me ajuda e, nos momentos de forçada solidão, me dá força para nunca desistir. A todos o meu sincero obrigado!
Continuo sem notícias sólidas e credíveis sobre o Gonçalo! Pelo que parece, fazendo fé nas informações que me prestaram e, sem prescindir a falta de confiança que tenho nas pessoas que se relacionam pessoal ou profissionalmente com a mãe do meu filho, o menino já estará em Angola mas sem a companhia da minha ex mulher. Ou seja, o meu filho Gonçalo está em Angola, no estrangeiro sem pai e sem mãe! O Gonçalo não dispõe da companhia de qualquer familiar que possa actuar, por exemplo numa situação de urgência! Dizem os juristas que tal facto consubstancia um crime de rapto para a pessoa que tem o Gonçalo consigo e, um crime de subtracção de menor para a pessoa que me impede de estar com o meu filho e ver cumprido o regime de visitas!
Sinceramente não tenho vontade de "disparar balas" em todas as direcções mas, quando me sentei para pensar conclui com alguma facilidade que o meu objectivo é o mesmo: Ser pai presente do meu filho Gonçalo! Em nome deste objectivo e na certeza de que o meu filho precisa de mim, do meu cuidado, da minha companhia, tudo valerá a pena desde que me digam que não é uma actuação ilegal ou juridicamente inadmissível.
No dia 12 de Fevereiro está marcada, pela quarta vez a conferência de pais! A minha opinião? A mãe do meu filho voltará a faltar e o Juiz vai sugerir novo adiamento!!! O que farei? Imediata queixa ao Conselho Superior de Magistratura e participação ao Ministério Público pelos sobreditos crimes.
Que para o ano eu volte a escrever mas, nessa altura para festejar o segundo ano deste blog com a alegria de quem tem dois filhos mesmo aqui, no sofá ao lado!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"Quem espera desespera!"

Para aqui escrever tenho que sentir vontade de desabafar, de conversar, de ser “lido”, de me fazer ouvir. Ultimamente não me tem apetecido pensar sobre o que será a minha vida daqui para a frente. Estou cansado de lamentar a minha falta de sorte, cansado de olhar para a inexistente justiça portuguesa e completamente exausto de me sentir uma vítima. Em boa verdade, por mais que observe o tanto que tenho à minha volta, por mais que me sinta feliz com a chegada do João e com tantas presenças amigas e carinhosas nada me parece suficiente para eliminar de uma vez o enorme fosso no meu coração.
Continuo sem uma só notícia do Gonçalo! Pior…sei que a mãe do meu filho ainda está em Portugal mas idêntica informação não tenho em relação a ele. A dúvida e a incerteza provocam-me uma enorme angústia e um arrepiante mau estar. Tenho imensas saudades do Gonçalo e de tudo o que ele consegue de mim. Gostava de olhar para o espelho e encontrar a leveza, a serenidade e o brilho que tenho quando o meu filho está perto, seguro e protegido. É insuportável o medo de que ele possa estar mal, de que ele possa julgar-me mal e acreditar que não o procuro. Todos os dias, todos sem excepção, me lembro de momentos que passamos juntos desde que ele nasceu até ao passado dia 2 de Janeiro.
Gostava de chegar a casa e olhar para a minha família sem a sentir incompleta, mutilada pela falta de alguém.
Já reportei ao processo de regulação do poder paternal o incumprimento de 28 de Janeiro! Aguardo que o Senhor Juiz profira uma decisão. Dia 12 de Fevereiro lá estarei, uma vez mais para a dita conferência que vem sendo adiada ou, como dizem os juristas, suspensa desde Julho!