domingo, 7 de junho de 2009

...5 meses

Desde o dia 2 de Janeiro que não vejo o meu filho Gonçalo. Aliás, desde aquele dia que não tenho uma notícia sobre ele passível de ser considerada fidedigna. Tenho imensas saudades dos nossos momentos, das nossas conversas, das coisas que fazemos juntos e que são tão nossas. Entro no quarto do Gonçalo e faço milhares de planos para o dia em que ele voltará a utilizá-lo mas...quando? Que dia? A justiça continua a tardar e Tribunal algum cuida do tal "superior interesse da criança". Pelo menos, no meio de todo o caos, sei agora que o meu filho já se encontra na companhia da mãe e dos irmãos em Angola. Confesso que isso não diminui a dor e a saudade mas acredito que seja melhor para ele. Não imagino qual seja a intenção da minha ex mulher com tudo isto. Ou melhor, suponho que a ideia seja eliminar em definitivo a nossa relação de pai e filho mas, quanto a isso haverá sempre esta barreira que é a minha determinação de nunca deixar de ser um pai presente e atento. Mantenho a vontade de alterar as responsabilidades parentais e as assumir eu. Continuo a acreditar e defender que aqui, em Portugal ao Gonçalo poderão ser acauteladas melhores condições, nomeadamente ao nível educacional e de saúde.
Além de tudo isto o Gonçalo tem mais um irmão, o João e, estou certo de que terá muita vontade de o conhecer, de privar com ele.
O João é um bebe simpático e sossegado; transmite muita serenidade e tem um olhar terno. Cá em casa conversamos imenso com ele na esperança de que nos vá entendendo e, nas nossas conversas vamos falando do "mano" para que ele cresça a saber que o tem e que serão, para sempre muito amigos. Tem sido precioso olhar, abraçar e cuidar do João. Que bom será tê-los juntos...aqui, sempre e para sempre.
Os amigos e a família duplicam o apoio nesta luta pelo Gonçalo. Nós não queremos desistir e cá continuamos, agora os três, juntos e dispostos a não abdicar de um direito que, na verdade é também um dever: SER PAI!
É verdade que a mãe do Gonçalo está já em Angola; é verdade que desta vez levou os dois filhos mais novos. Mas, também é verdade e espero que não seja esquecido pelo Tribunal, que o Gonçalo esteve em Angola, sózinho, aos cuidados de um terceiro por mais de 4 meses sem a mãe; também é verdade que o irmão do Gonçalo esteve aqui, em Portugal, sem o pai e sem a mãe por cerca de 14 meses. E...é verdade que o João tem o direito a conhecer o irmão. Que o Gonçalo tem o direito de ver o João. Que eu tenho o direito de ter o meu filho perto de mim...Não é verdade? Como se desrespeitam famílias de bem em Portugal...Como se premeiam os incumpridores!
Espero que Outubro de 2009 seja, finalmente o mês da decisão que tanto aguardo...

7 comentários:

MAPEREIRA disse...

Caro Sérgio,

Ao ler as tuas palavras não posso deixar de fazer algumas analogias para com o meu processo de responsabilidade parental. De facto a justiça em Portugal no que concerne ao "superior interesse da criança", parace que teima em ser morosa. Por vezes até fico com a sensação de que é propositado para que alguem desista. O problema é que essa morosidade normalmente só se traduz em mais mau estar e atritos que vão prejudicar principalmente a criança a quem o "supeiror interesse" deverá ser defendido.
Em fim, resta-nos a esperança de que com a nova lei e com a tomada de consciencia dos juizes as coisas mudem.
Boa sorte para Outubro e Pai nunca desiste.

teresa disse...

Olá! primeiro dou-te os parabéns pelo nascimento do teu João! Acredito que serás um pai maravilhoso e sempre presente! Quanto ao teu filho ausente, mais uma vez te desejo sucesso nessa luta desigual - em Portugal a justiça nem sempre chega, espero que este não seja um desses tristes casos.
Felicidades para a tua família

Carla disse...

Começa a tornar-se difícil acreditar numa justiça que teima em não ser correcta...


Vai valendo o teu amor...

Ana disse...

Caro Sérgio,
Dou-lhe os meus sinceros PARABÉNS por ter sido até hoje capaz de manter sempre viva a esperança na resolução do seu problema e a racionalidade suficiente para continuar a acreditar na Justiça.
O tempo que lhe está a ser roubado, a si e ao seu filho, é precioso e único. A infância é um período maravilhoso e irreptível das nossas vidas.
Agora também o seu bebé está a perder. Ele tem o direito de conhecer o irmão, de saber o que é crescer com "um mano mais velho"!
Se em Outubro ficar tudo na mesma... pense bem na vida e tome outras medidas, nem que estas lhe pareçam mais sensacionalistas ou um pouco irracionais.
O tempo é voraz e... a infância do Gonçalo está-lhe a passar ao lado. A injustiça deste facto é gritante e, sinceramente, não compreendo e cada vez menos me identifico com este Estado, que também é o meu...
Tudo de bom para vós

Anónimo disse...

mais um filho para sofrer com um Pai louco. es um palhaço.eEspera e sentado ó anormal

Anónimo disse...

Caro Sérgio, depois de "passar" os olhos pelo seu blog decidi escrever esta mensagem pois tenho uma situação muito idêntica na família. Sou mulher e mãe, trabalho muito próxima com os tribunais e de facto a nossa justiça é lenta e não acautela os interesses das crianças. Mãe é mãe sim senhor e o pai??? Onde se encaixa a figura paterna? Só por se ser mãe tem-se todos os direitos sobre a criança? Não duvido que a sua ex-mulher ame o seu filho mas será que ela não vê o mal que está a fazer à criança privando-o de si? Já adicionei o seu blog aos favoritos pois sempre quero ver até onde vão os tribunais... força.

Anónimo disse...

Sérgio, desculpe comentar sob anonimato. Detesto mas tem de ser pois não quero que minha filha leia o que escrevo, caso ela chegue ao seu blog.
Depois de uma separação a minha filha foi-me retirada pelo pai e estive sete anos sem a ver e sem lhe falar - entre os seis e os treze anos. Nunca desisti e embora o Tribunal de família pouco tivesse feito consegui que ela fosse acompanhada por uma psicóloga e só assim comecei a ter hipótese de voltar a estar com ela.
Não preciso dizer-lhe como me senti durante esses anos pois você está passando pelo mesmo martírio.
Depois de tudo passado somos as melhores amigas e damo-nos o amor de que fomos privadas durante tanto tempo. Á minha neta tenho dado tudo o que não me deixaram dar à mãe. Sou hoje mãe e avó feliz.
Siga em frente e batalhe sempre pelo seu menino.
Contínuarei a espreitar o seu blog.
Rezarei para que tudo vos corra como desejam e para que em breve consiga juntar os seus dois meninos num só abraço.
Beijos carinhosos para si e sua família.
P.S. - Deseje em dobro a toda a gente o que querem para si.
Força, muita força...