quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Dias saudáveis!

No dia da Conferência de Pais em que o Tribunal de Família e Menores do Porto decidiu autorizar a ida do Gonçalo para Angola eu não consegui dizer ao juiz mais do que esta frase: "Se o meu filho entrar naquele avião eu sei que não o voltarei a ver"!
Tive a oportunidade de passar com o meu filho 4 dias entre o dia 18 e o dia 21 de Outubro. Como me diverti com ele! O Gonçalo adora correr na praia, rebolar na relva, brincar com uma bola, aproveitar os parques infantis, cantar e dançar. Foi bom levá-lo ao colégio e ajudá-lo a fazer os trabalhos de casa. Foi incrível acordá-lo ao amanhecer e reconhecer-lhe o sorriso. Nestes dias ouvi: "Pai, não quero ir para Angola, por favor pede à mãe e ao avó para me deixarem ficar contigo"! Que sensação...eu, PAI, não tenho como ajudar o meu filho. Eu, PAI fui a Tribunal pedir o poder paternal, pelo menos pelo tempo em que a mãe estaria em Angola...NEGADO! Lá me despedi do meu filho que, por seu lado se despediu de mim, da família, dos amigos...de tudo...até quando? Filho, não desisti de ti! Ligo todos os dias mas a mãe não atende ou desliga o telefone; vou todas as semanas verificar se, por um acaso não estarás em casa, cá em Portugal! Não desisto de ti!

4 comentários:

Anónimo disse...

Sérgio, só quando somos Pais, é que sentimos verdadeiramente o que é amar alguém mais do que a nós próprios, o teu sofrimento, e também dos teus pais, do teu irmão e de todos quanto gostam de ti e até dos que não te conhecem, mas que são apenas Pais, é de certeza muito maior do que as palavras que possamos utilizar nestes momentos. O que quero dizer, é que a uma escala infinitamente mais reduzida tb sofro com a teu historia, porque sou Pai, pq sou teu primo e tb pq sou um ser humano. Embora longe de vcs porque a vida assim o foi ditando, sinto que te devo algumas palavras de apreço pelo teu sofrimento, e que tenho orgulho em ser teu primo, nem que seja pela forma como amas incondicionalmente o teu filho.
Tenho para te dizer que o teu filho jamais te esquecerá, e que voltará para os teus braços assim que a vida lhe der autonomia e lhe ensinar a amar aqueles que serão sempre os nossos melhores amigos, e que em tempo algum nos abandonarão, O NOSSOS QUERIDOS PAIS.

Anónimo disse...

Quem conhecer este PAI, certamente lhe reconhece a tristeza no olhar, passa os dias a diambolar em pensamentos conturbados e revoltados perante esta situação que lhe foi imposta.
Eu não sou PAI, nem sei o que isso é ainda, mas quando vier a ser espero vir a dar tanto amor , carinho e o alento que este PAI tem pelo seu FILHO.
Amo este menino como meu se trata-se, pois é meu afilhado.
A alegria invade as nossas casas e corações na presença do nosso menino.

FILHO para sempre, PAI para sempre.

Anónimo disse...

É triste, mas o problema das decisões dos nossos juizes em familia e menores é tentarem (sempre) que as pessoas chegem a consenso e que acordem. Assim adiam uma decisão responsavel de sua parte, por vezes não se querem comprometer. São tantos os processos que eles não têm hipotese, por muito que queiram, de conhecerem a fundo cada um deles. De certeza que este foi visto pela rama, como muitos pelo nosso Portugal fora.
Não se esqueça, ainda tem o tribunal europeu, onde o direito da criança e do Homem, tem papel fulcral. continuarei a seguir este blog.

Anónimo disse...

O Gonçalo na foto a trepar uma arvore :) o mesmo traquinas de sempre. Só gostaria de saber se ele chama, como sempre, PAPÁ anda para a minha beira ou PAPÁ, deixa-me ir para aí, para a tua beira! A vossa cumplicidade é contagiante. Sei que não gostas, mas em tom de brincadeira:

"SR PROFESSOR, para a frente que é o caminho certo"

PS - desculpa lá, essa do PROFESSOR ;).