terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Até quando?

De um dia para o outro, sem qualquer palavra, sem um silêncio razoável, a mãe do meu filho passou a cumprir o Regime de Visitas. Depois de semanas, meses anos de incumprimentos reiterados e sucessivos, depois de tanto tempo a negar-me o dever de ser pai e, ao Gonçalo, o direito de ser filho, sem uma só explicação passei a contar com o cabal cumprimento do acordado pelo menos no que se refere aos fins de semana. Naturalmente continuei sem notícias relativas ao percurso escolar do Gonçalo e fui mantido distante das questões relacionadas com a sua saúde.
Confesso que naquela altura senti uma mistura de felicidade e angústia. Por um lado sentia-me alegre pela realidade de contar com a companhia do meu filho de quinze em quinze dias mas, por outro lado, não consegui deixar de sentir medo pelo que poderia vir a acontecer. Medo! O medo que hoje sinto quando penso no futuro, o medo de não saber o que pensará o Gonçalo deste afastamento, o medo de imaginar que ele pode esquecer o meu sorriso, o meu tom de voz, as nossas conversas. Sei que nunca o deixarei longe do meu coração e da minha memória mas, francamente, tenho medo!
Naquele tempo, apesar do repentino cumprimento do Acordo de Regulação Paternal, lembro-me que ficava extremamente nervoso sempre que me deslocava para ir buscar o meu filho e, a caminho, pensava sempre no que poderia suceder, que surpresa me poderia esperar! Nunca deixei de pensar: Será que hoje o meu filho vem comigo? Nunca tive certezas e esperei sempre por um ou outro acontecimento em desabono do meu direito, do meu dever de pai!
Hoje, confesso, sinto saudades daquela sensação de felicidade misturada com angústia. Na verdade, hoje, a esperança que me resta é bem menor do que naquele tempo. Não sei onde está o Gonçalo, não sei quem o ouve, desconheço quem o aconselha, quem o afaga, não sei se estuda, não sei se fez novos amigos, desconheço a nova realidade do meu filho. Gonçalo, estás a gostar da nova casa? Já estás na escola? Gostas do novo professor? Como te dás com o tempo quente? Tens andado de bicicleta? Ouves música? Tens visto algum filme? Tenho imensos filmes para veres quando voltares. Tens lido? Não te esqueças que é importante ler para escrever bem. Tenho muitas saudades tuas…temos muitas saudades!
Até quando? Até quando permanecerá este sufoco?
Poderei fazer mais? Tenho que continuar a confiar na justiça, nos magistrados aos quais está entregue este processo de família e menores, continuo a acreditar no Tribunal de Família e Menores do Porto. Vou aguentar, vou lutar para repor a ordem, os meus direitos, os direitos do meu filho. Até quando?

11 comentários:

ilda disse...

Sérgio,

Eu sei que não é facil confiar na nossa justiça mas.... temos de acreditar!
Confia!
Luta!
Um dia vais vencer!!
Os teus verdadeiros amigos estarão cá para te apoiar!
Sempre!!!

Sérgio - UM PAI A VALER!!!!

Ilda

Unknown disse...

Olá Gonçalo!
Faz muito tempo que não nos vemos, mas podes ter a certeza que recordamos-te muitas vezes em conversas de ocasião ou imaginando as tuas saudades da "cusca". Esperemos que o tempo volte a cruzar-nos para recuperar aquilo que ninguém consegue apagar, as boas memórias.
Abraços meus, da Dora e agora também do nosso filho Gustavo.
Até breve.

Anónimo disse...

Sabes que o Gonçalo já tem idade para pensar e certamente quer esteja perto ou longe de ti relembra-te todos os dias pelo simples facto de saber que tem um PAI que se lembra dele e que lhe quer todo o bem do mundo.........FORÇA!Aguenta firme...

Luisa

Anónimo disse...

Ja viste que nao a tribunais que dicidam a teu favor. Continua que vais ver onde vais parar..sem dinheiro e sem filho. O que podes fazer?! NADA..nada..

Filho para sempre disse...

Caro anónimo, uma vez mais!
Saiba que nunca desistirei do meu filho Gonçalo. Não temo a falta de dinheiro e, acredite, estou devidamente apoiado e prevenido para esse efeito. O amor não tem e não pode ter um valor passível de ser quantificado. Tem para si? Quando se fala no Gonçalo para mim não existem moedas ou notas apenas existem e subsistem valores morais.
Amo o meu filho! O anónimo ou, quem sabe, a anónima tem filhos? Sabe o que é amar? Não creio.
Acredite, nada me fará desistir!
Bem haja,
Obrigada pelo seu comentário.
Sérgio

ilda disse...

Continua Sr.Anónimo!!
Francamente! Quem deve precisar de dinheiro é o senhor!!
O Sérgio não precisa de dinheiro para reaver o Gonçalo! Até porque ele nunca perdeu nem vai perder o AMOR do Gonçalo. O Gonçalo sabe que o PAI o ama.
O Sérgio e todos os seus AMIGOS vão conseguir o Gonçalo, e não são os seus comentários "foleiros" que nos vão demover!
Tenha pelo menos a coragem de se identificar!
Não quero ser mal educada mas atrevo-me a dizer que o senhor anónimo é um "COBARDA" e mais nada!
Só consegue "Atacar" como anónimo.
Até tenho pena de si!
Pena sim porque não deve ter nada de positivo na sua vida vazia!
Vazia de AMIGOS, vazia de AMOR! Vazia de CARINHO!
Ilda

Anónimo disse...

Quando o amor é verdadeiro entre dois seres humanos não há nada nem ninguem que os separe!Amor de pai e filho é sempre um amor puro e verdadeiro, portanto tudo tem a sua hora, não adianta tentarem fazer o que estão a fazer, eu acredito na justiça Divina e mais dia menos dia o Gonçalo estara com o pai, pois a maldade jamais prevalecerá! Sergio a unica que te peço é que mantenhas sempre o teu coração limpo e puro, sem revoltas e confia, confia na justiça Divina ela é a mais justa e poderosa de todas.Um bjos grande.CRIS

Anónimo disse...

Sempre que me lembro do meu amigo Sérgio, relembro a integridade com que encara tudo na sua vida. Um Homem de Coração grande, desprovido de raiva, vingança, de qualquer sentimento mau.
Este assunto (ou "novela", como o caro/a anonimo/a diz), demonstra para quem acompanha o Sérgio, a dignidade com que um Pai se mantém de pé a lutar, sem mostrar ao filho a dor com que vive diariamente. E não é pequena...Quem conhece bem o Sérgio, sabe-o bem..porque ele é uma pessoa reservada em relação a sua vida privada..Para ele chegar até aqui foi preciso levar muita "pancada" (por vezes no sentido real/fisico..)e para expor assim a sua vida, como a do filho...

Continuo a dizer:
Sérgio, "és digno e grande, nos teus sentimentos"...
Gonçalo eu estarei cá para te contar o quanto o teu pai sofre e do vazio que ele sente...
Ricardo

Anónimo disse...

Sérgio,

Estou abismada com o que te aconteceu... fiquei transtornada. Separaram o inseparável. Mãe e pai, juntos ou separados, fazem parte da vida do filho.
Eu divorciei-me do pai do meu filho e nunca os impedi de estarem juntos, porque sabia que isso era fazer o meu filho infeliz! Mãe que ama o seu filho não o faz sofrer, seja em nome do que for. Nem há cá regras e horas marcadas que vão ditar a felicidade do meu filho. Pena o egoísmo de alguns os cegar a este ponto. Pai é pai como mãe é mãe. Essenciais e únicos!
Não percas as forças nem a esperança que o sorriso límpido do teu filho vai voltar a ser teu!
Beijinho,

Mónica C.

Anónimo disse...

Um pai ou uma mãe são insubstituíveis!O teu filho nunca irá esquecer-te nem deixar de te amar, dentro dele existe uma grande luz que o leva a ti e que ninguém no mundo conseguirá apagar :)è dificil ficares longe dele mas, com o apoio da tua família e amigos a distância torna-se mais fácil de suportar até ao dia em que tudo mudará e voltarás a ter o teu filho perto!
Que esse dia chegue o mais rápidamente possível.
Muita força para ti e para quem te acompanha diáriamente neste teu sofrimento

Um grande abraço :))

Isa e Nuno

Anónimo disse...

Passei depressa das lágrimas à revolta, quando vi esse comentário (que só podia ser de um anónimo) tão negativo e derrotista! Realmente, para uma pessoa assim, que ainda por cima está preocupada com o dinheiro num caso como este, a vida não pode trazer nada que lhe dê esperança!
Quanto a Ti, Pai, não te conheço, mas tenho que te dar força, muita força e coragem, para continuares a tua luta. Uma mãe que usa o seu filho para magoar o pai, não se preocupando com a felicidade, o equilíbrio e o bem-estar do seu filho, não merece o título de mãe. Não passa de uma egoista!
Mas não tenhas medo de que o teu filho te esqueça! Filho nenhum se esquece do Pai que o ama! Os gestos de Amor verdadeiro ficam sempre gravados no nosso coração, e não há tempo que os apague.
Continua a dar tudo por tudo para fazer valer o teu Amor de Pai, pois nada vale mais do que a Felicidade de ver crescer um filho.
Acredita na Justiça, e pede também ajuda a Deus (ou qualquer que seja o nome que lhe prefiras dar), pois todo o bem e o amor desinteressado será sempre recompensado. Só precisas de acreditar nisto.