terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dias cheios mas muito difíceis!

Passou mais de um mês desde que partilhei o facto de ter o Gonçalo comigo, em minha casa. É verdade! Fui surpreendido por uma mensagem de mail da mãe do meu filho mais velho a determinar (sim, determinar!) os dias e os tempos que passaria com ele entre Novembro de 2010 e Janeiro de 2011.
Como imaginam a primeira reacção é de pura euforia, até porque faltavam poucos dias para rever o Gonçalo. A segunda reacção é de receio pela expectativa criada e eventual (e habitual) incumprimento. A terceira reacção é de revolta por ver que me são impostas, de forma arrogante datas e regras em claro e objectivo incumprimento de tudo quanto está estipulado pelo acordo homologado em Tribunal.
Pois bem, vistas e ultrapassadas todas as primeiras três reacções, o que realmente importa, para mim que não estava com o meu filho desde o início do mês de Setembro era, essencialmente voltar a vê-lo, passar tempo com ele, contar-lhe tudo de mim e saber o mais sobre ele. Assim foi. Fui buscá-lo!
Ao longo de todos estes anos, o Gonçalo, ainda criança sempre conseguiu gerir as emoções, os sentimentos e a relação que manteve com o pai, com a mãe e todos os demais familiares. Sempre surgiu como um menino feliz, alegre, sorridente e capaz de abraçar o mundo. No Verão de 2010, quando o deixei em casa da mãe deixei-o assim. Era um menino feliz! Choroso, é um facto. Choroso pela saudade das pessoas de quem gosta e que sabia não voltar a ver tão cedo mas, ainda assim, apesar das lágrimas era um menino feliz e genuíno. Sempre disse que a nossa sorte, minha e da mãe do meu filho mais velho era o facto de ele ser tão especial e conseguir, no meio de tanta confusão, nunca provocada por ele, ser feliz!
Pois bem...em Novembro de 2010, quando fui buscar o meu filho Gonçalo encontrei um menino triste!
Pela primeira vez na vida senti angústia no meu filho! Apavoro-me com os momentos em que perde o brilho no olhar e com as perguntas que me faz sobre mim, sobre a mãe e sobre o que será o seu futuro. Claramente vejo no Gonçalo a aflição de não saber o que será o dia de amanhã. Vinha em pânico! Não sei que medos tinha, não consigo perceber qual a razão da sua angústia mas, confesso percebi os telefonemas que ía e vai recebendo e a forma como ía reagindo a cada um!
Em nossa casa sempre se viveu em harmonia. Gostamos do som do silêncio e de ouvir cada sorriso. Vivemos em paz! No meio desta tranquilidade soou mais alto um Gonçalo diferente!
Apesar dos bons momentos, apesar dos dias com gargalhadas, das brincadeiras, visitas a amigos e familiares, dos passeios, dos jogos, da música, do cinema tivemos muitos momentos menos bons.
Não me apetece atribuir culpas pelas reacções, não me apetece dizer o que na minha opinião está a acontecer verdadeiramente. Sei que deixei um filho saudável e feliz e entregaram-me um menino triste! Sinceramente acho que está na hora do Gonçalo ser realmente acompanhado por um psicólogo que o possa ouvir, que o saiba ouvir e seja capaz de lhe explicar o que se passa na vida dele. Podia ajudá-lo, poderia conversar sobre ele com uma abertura diferente mas, sinceramente não creio que deva ser eu a dizer-lhe aquilo que para mim é a verdade!
Esforço-me (sem esforço) por o acarinhar em cada minuto, converso com ele abertamente, respondo-lhe às dúvidas, ás angústias. Tranquilizo o Gonçalo e prometo-lhe sossego. Não o culpo por nada (ele não tem culpas), não atribuo culpas a ninguém (embora saiba que existem). Esforço-me por lhe dar tranquilidade pelo menos nos dias em que estamos juntos. Compenso-lhe neste tempo o que acho que lhe faz falta. Dou-lhe o meu imenso amor!
Por imposição da mãe do meu filho mais velho fui levar o Gonçalo no dia 3 de Dezembro e voltei a ir buscá-lo às 19h00m do dia 5 de Dezembro (dia em que fez 11 anos). Deixei um menino bem disposto e feliz, voltei a trazer um menino angústiado! Dias depois, como se fosse possível tenho uma acusação no Tribunal de Família e Menores do Porto em que se afirma que tratei mal o meu filho Gonçalo, a minha família! Choque! Mentiras com que se tenta esconder a real verdade. Depois de me chocar percebo que a mentira não perturba e sigo em frente com a minha família ao meu lado e osom do sorriso de cada um dos meus filhos. O Gonçalo será ouvido e com isso a verdade será reposta. Uma vez reposta a verdade tratarei de imputar as responsabilidades que tenha de imputar até lá...importa aproveitar cada dia que passa e que tenho a minha família unida.
Volto a levar o meu filho no dia 26 de Dezembro, deixei um menino feliz que me abraçou e me encheu de beijos e, infelizmente volto a ir buscar no dia 30 de Dezembro um menino sem sorrisos!
Com um imenso amor, com muita companhia, com muitas conversas, brincadeiras, abraços e sorrisos tenho hoje em casa dois meninos felizes, juntos e companheiros. O Gonçalo e o João estão bem, são neste momento meninos tranquilos! Imagino que ainda dormem. Foi assim que os deixei...a sonhar enquanto saí para trabalhar!
No dia 9 de Janeiro vou voltar a deixar um menino feliz...

14 comentários:

Anónimo disse...

se ele está assim é porque a mãe o pressiona. Não lhe podes levar a mal Sérgio, o menino não tem culpa. Ela é assim e tu sabes bem do que ela é capaz.

JP

Anónimo disse...

Palavras para quê? qualquer pessoa em desespero ataca de forma a tentar escamotear os erros. Com toda a certeza que esta senhora apresenta um desequilibro em relação a algo que ainda não conseguiu superar ou resolver consigo, como que uma sensação de inferioridade, de um sentimento oprimido que sente por si (apesar de aparentemente ter reconstruido a vida dela, coitado do marido dela). Essa senhora precisa de um acompanhamento, de ser chamada a realidade, a razão. O Juiz está fartinho de ver situações iguais a esta, são aos milhares estes argumentos, são tantos que os próprios magistrados já não acreditam neles. Tenha fé e esperança, dentro em breve terá o Gonçalo consigo em definitivo.(Dulce M.& companhia - somos 4 pessoas cá em casa a acompanhar este blog há 2 anos).

Unknown disse...

Que vida...
Não sei o que dizer, só espero que tudo se resolva o mais rapidamente possível, como já deveria ter sido resolvido há muito!
Um feliz 2011, o melhor possível.
Beijinhos

kristina disse...

tudo de bom para 2011
fico contente de ver que ja vai tendo contacto com o seu filho
Aproveite cada momento e ajude o mais não sei o que lhe dizer...

Martinha disse...

uma coisa é certa, o seu filho mais velho, o Gonçalo, nunca irá esquecer o amor que recebe aí em casa. Venha quem vier, isso ninguém lho tira e fica-lhe gravado para sempre.
Vejam se vocês aí em casa, conversando muito com ele, o conseguem ajudar. Independentemente da mãe que tem, não se esqueça que é mãe dele e por isso mesmo, o seu filho deve gostar muito dela, tal como gosta de si. E é aqui, neste ponto, que a apreensão e a tristeza do seu filho, devem estar. Ouvir coisas, que não devem ser nada agradáveis, das duas pessoas que ele mais adora e que são tudo para ele, não é fácil para ninguém. Bom ano de 2011.

Liliana disse...

Não sei bem o que dizer, mas o mais importante sao os bons momentos que têm passado juntos.A verdade vai ser reposta, disso tenho a certeza.

Um beijinho grande

Mireille Amaral disse...

Sem palavras... só tristeza.

Myself disse...

É bom saber que pelo menos já o tem junto a si, e parece-me que alguma ajuda profissional seria importante; estes casos são muito dolorosos para todos, mas para as crianças ainda mais!! Continue a dar-lhe todo o amor do mundo, e espero que a justiça não tarde...
Bjinho

Isa Maria disse...

é o primeiro blog que leio sobre as dificuldades de um pai para ver(reaver)o(s) seu(s)filho(s). Um drama real que existe silenciado.
Tentarei segui-lo porque gostei do que li, apesar da amargura que me causou. Entristece-me a tristeza dos miúdos quando estão perante dois adultos que se separaram, sejam qual forem as razoes e que, tmabém por mil e uma razões os toram autênticas bolas de ping-pong. Uma maldade demasiado cruel para os garotos. Uma marca negativa nas personalidades deles. Mas é assim a vida dos Humanos...

Anónimo disse...

Acompanho o seu blog há cerca de 1 ano, já o li na íntegra. Mas não o compreendo, não o blog, mas a si.
Parece ser um Pai. ~Mas algumas das suas actuações espantam-me, pela negativa.
Não está na hora de deixar de cumprir cegamente as regras? Se não entregar o Gonçalo no dia estipulado o que acontecerá? Exija uma audiência de urgência no Tribunal. Faça-se acompanhar de um psiquiatra que entretanto já está a acompanhar o menino.
Boa sorte!

Unknown disse...

Lute pelo seu filho, peça uma revisão da custódia ao abrigo da deslocação para país estrangeiro e incapacidade de adaptação da criança. Peça uma avaliação psicológica, e se necessário intente uma providência cautelar. Sou advogada, mas não especialista em direito da família. procure um bom advogado nesta área e lute, se puder.
Sou mãe de uma criança, não vivo com o pai, e seria incapaz de fazer este tipo de coisas. Damo-nos bem, como é óbvio, porque é bom para o nosso filho. A incapacidade de gerir a vida dos filhos nestas situações e de fazer o que é melhor para eles é um reconhecimento do nosso falhanço como pais, do meu ponto de vista. Para uma mãe e para um pai nada deve ser mais importante do que a felicidade dos filhos e arrancá-los à família é um acto de egoísmo e enorme crueldade.
Boa sorte e felicidades para o Gonçalo. Desejo que possa sempre ir buscar um menino feliz.

fénix renascida disse...

Uma pergunta só: no Verão o Sérgio recebeu um menino feliz ou triste, como no passado mês de Novembro?

Não poderá essa tristeza dever-se ao medo de ter de deixar a família com quem sempre ele viveu?

Não leve a mal a minha pergunta. Eu não sei o que aconteceu no outro lado, como também não sei o que aconteceu no seu.

Acho, mesmo assim, que a mãe devia deixá-lo viver um tempo consigo -se for da vontade do miúdo, claro- porque, evidentemente, ele ficou encantado com esse outro mundo (todos ficam, aliás).

Á minha opinião sincera é esta. Talvez seja tempo de o miúdo estar com o pai, o tempo de perceber onde quer mesmo ficar.

Não se trata de guerras, nem do miúdo preferir um ao outro, porque gosta mais de um do que do outro.

Trata-se do seu Superior Interesse.
Se for do interesse do miúdo que ele esteja, neste momento da sua vida, consigo, espero então que a Justiça o permita.

Um abraço.

hsol disse...

Não há mais gratificante do que ver a felicidade dos filhos. Banir esse direito é uma afronta a um direito natural.
Que Deus te dê vitória nessa luta!
Que 2011 seja de grandes encontros e muita felicidade.

Anónimo disse...

A minha história de mãe alienada é mais curta (todo o meu terror começou há pouco mais de um ano)porém, talvez tenha atingido o mais alto grau de alienação quando a minha filha diz que a sua mãe não sou eu mas sim a companheira do pai. Ela odeia-me e diz que preferia que eu morresse para viver feliz com o pai e respectivo agregado familiar. Não desisti... mas afastei-me e acredito que ela um dia vai voltar.