domingo, 9 de janeiro de 2011

O fim do blog porque desisti do meu filho!

Escrevi neste blog «O Gonçalo será ouvido e com isso a verdade será reposta.». No dia e momento em que escrevi assim tinha certezas quanto ao carácter do meu filho Gonçalo, estava certo de que nunca mentiria por pior que fosse a pressão. Enganei-me!
No dia 5 de Janeiro acordamos, os quatro muito bem dispostos. Era o dia da inquirição do Gonçalo por uma Psicóloga do Tribunal de Família e Menores do Porto. Eu estava absolutamente tranquilo por confiar na verdade mas, mais do que isto por ter a certeza que tinha ao meu lado uma criança de bem que vivia, tal como eu com respeito por aquilo a que sempre chamei Princípio da Verdade! Fomos levar o João e, no caminho para o Tribunal aproveitamos para cantar alegremente músicas do André Sardet que os meus filhos adoram. Chegamos bem ao Tribunal, o Gonçalo estava a sorrir e parecia tranquilo. No momento em que a minha ex mulher entrou no edifício o Gonçalo mudou radicalmente, começou a chorar sem parar e correu para o colo dela. Fiquei surpreso mas achei normal que tivesse saudades da mãe...assim pensei! Continuei tranquilo.
O Gonçalo foi ouvido pela Psicóloga durante breves e escassos dez minutos mas, pasmem... disse à Psicóloga que eu era violento com ele, com o meu filho João e com a Xana, disse que eu não fazia actividades com ele e passava os dias em casa, disse que eu e a Xana passávamos a vida a dizer mal da mãe dele, disse que o irmão João abria a porta do quarto para que o Gonçalo não pudesse falar ao telefone com privacidade...disse, disse e voltou a dizer. O meu filho Gonçalo mentiu confirmando as acusações que a mãe nos tinha feito. Ficamos chocados com a deformação de carácter, com o requinte das inverdades, com a forma como chorava depois de tanto cantar. Fiquei perturbado com o sorriso que me fez quando saiu do gabinete da Psicóloga e que parecia gozar-me. O meu filho Gonçalo, com 11 anos traiu o amor que sentia por ele e traiu o nosso Principio de Verdade.
Apesar de tudo quanto disse não creio que tenha obtido colhimento junto do Magistrado Judicial e da Procuradora tendo ficado combinado que o Gonçalo vinha embora do Tribunal, naquele dia com o pai podendo, no entanto visitar a mãe e a família materna no dia seguinte. Não aceitei!
Quando olhei para o meu filho desconheci aquele olhar, aquela criança e senti-me incapaz de voltar a dar a mão, de voltar a abraçar alguém que tinha mentido sobre a minha honra , sobre a minha dignidade.
Desisti! Não vou lutar por alguém que já não existe. Lamento ter falhado na sua educação mas, infelizmente fui afastado dele e não consegui garantir o seu crescimento como ser humano digno.
Os amigos e a família sabem como é duro chegar a esta conclusão. Quem privou com o Gonçalo no Verão de 2010 e nesta última época festiva percebe bem porque fecho a porta e viro a página deste livro. O Gonçalo enganou todos, o Gonçalo mentiu sobre tudo.
Este será o último post do blog Filho Para Sempre! Ficam as memórias, os vídeos e as fotografias que provam as mentiras do meu filho mais velho. Fica a consciência dele que, aos 11 anos já sabe bem o que fez e que não esquecerá. Ficam os textos deste blog para que um dia os possa ler e perceber o tanto que perdeu.
Obrigado pelo apoio, pelo carinho, pela confiança que mereci.
Tratarei de viver pela minha querida e doce família. Um dia, quem sabe ...possa voltar a pensar no meu filho mais velho com o carinho de outros tempos. Que ele seja feliz e possa ver que o meu amor era genuíno e desinteressado. Que saiba corrigir os seus erros ...
Bem hajam!
Até sempre

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dias cheios mas muito difíceis!

Passou mais de um mês desde que partilhei o facto de ter o Gonçalo comigo, em minha casa. É verdade! Fui surpreendido por uma mensagem de mail da mãe do meu filho mais velho a determinar (sim, determinar!) os dias e os tempos que passaria com ele entre Novembro de 2010 e Janeiro de 2011.
Como imaginam a primeira reacção é de pura euforia, até porque faltavam poucos dias para rever o Gonçalo. A segunda reacção é de receio pela expectativa criada e eventual (e habitual) incumprimento. A terceira reacção é de revolta por ver que me são impostas, de forma arrogante datas e regras em claro e objectivo incumprimento de tudo quanto está estipulado pelo acordo homologado em Tribunal.
Pois bem, vistas e ultrapassadas todas as primeiras três reacções, o que realmente importa, para mim que não estava com o meu filho desde o início do mês de Setembro era, essencialmente voltar a vê-lo, passar tempo com ele, contar-lhe tudo de mim e saber o mais sobre ele. Assim foi. Fui buscá-lo!
Ao longo de todos estes anos, o Gonçalo, ainda criança sempre conseguiu gerir as emoções, os sentimentos e a relação que manteve com o pai, com a mãe e todos os demais familiares. Sempre surgiu como um menino feliz, alegre, sorridente e capaz de abraçar o mundo. No Verão de 2010, quando o deixei em casa da mãe deixei-o assim. Era um menino feliz! Choroso, é um facto. Choroso pela saudade das pessoas de quem gosta e que sabia não voltar a ver tão cedo mas, ainda assim, apesar das lágrimas era um menino feliz e genuíno. Sempre disse que a nossa sorte, minha e da mãe do meu filho mais velho era o facto de ele ser tão especial e conseguir, no meio de tanta confusão, nunca provocada por ele, ser feliz!
Pois bem...em Novembro de 2010, quando fui buscar o meu filho Gonçalo encontrei um menino triste!
Pela primeira vez na vida senti angústia no meu filho! Apavoro-me com os momentos em que perde o brilho no olhar e com as perguntas que me faz sobre mim, sobre a mãe e sobre o que será o seu futuro. Claramente vejo no Gonçalo a aflição de não saber o que será o dia de amanhã. Vinha em pânico! Não sei que medos tinha, não consigo perceber qual a razão da sua angústia mas, confesso percebi os telefonemas que ía e vai recebendo e a forma como ía reagindo a cada um!
Em nossa casa sempre se viveu em harmonia. Gostamos do som do silêncio e de ouvir cada sorriso. Vivemos em paz! No meio desta tranquilidade soou mais alto um Gonçalo diferente!
Apesar dos bons momentos, apesar dos dias com gargalhadas, das brincadeiras, visitas a amigos e familiares, dos passeios, dos jogos, da música, do cinema tivemos muitos momentos menos bons.
Não me apetece atribuir culpas pelas reacções, não me apetece dizer o que na minha opinião está a acontecer verdadeiramente. Sei que deixei um filho saudável e feliz e entregaram-me um menino triste! Sinceramente acho que está na hora do Gonçalo ser realmente acompanhado por um psicólogo que o possa ouvir, que o saiba ouvir e seja capaz de lhe explicar o que se passa na vida dele. Podia ajudá-lo, poderia conversar sobre ele com uma abertura diferente mas, sinceramente não creio que deva ser eu a dizer-lhe aquilo que para mim é a verdade!
Esforço-me (sem esforço) por o acarinhar em cada minuto, converso com ele abertamente, respondo-lhe às dúvidas, ás angústias. Tranquilizo o Gonçalo e prometo-lhe sossego. Não o culpo por nada (ele não tem culpas), não atribuo culpas a ninguém (embora saiba que existem). Esforço-me por lhe dar tranquilidade pelo menos nos dias em que estamos juntos. Compenso-lhe neste tempo o que acho que lhe faz falta. Dou-lhe o meu imenso amor!
Por imposição da mãe do meu filho mais velho fui levar o Gonçalo no dia 3 de Dezembro e voltei a ir buscá-lo às 19h00m do dia 5 de Dezembro (dia em que fez 11 anos). Deixei um menino bem disposto e feliz, voltei a trazer um menino angústiado! Dias depois, como se fosse possível tenho uma acusação no Tribunal de Família e Menores do Porto em que se afirma que tratei mal o meu filho Gonçalo, a minha família! Choque! Mentiras com que se tenta esconder a real verdade. Depois de me chocar percebo que a mentira não perturba e sigo em frente com a minha família ao meu lado e osom do sorriso de cada um dos meus filhos. O Gonçalo será ouvido e com isso a verdade será reposta. Uma vez reposta a verdade tratarei de imputar as responsabilidades que tenha de imputar até lá...importa aproveitar cada dia que passa e que tenho a minha família unida.
Volto a levar o meu filho no dia 26 de Dezembro, deixei um menino feliz que me abraçou e me encheu de beijos e, infelizmente volto a ir buscar no dia 30 de Dezembro um menino sem sorrisos!
Com um imenso amor, com muita companhia, com muitas conversas, brincadeiras, abraços e sorrisos tenho hoje em casa dois meninos felizes, juntos e companheiros. O Gonçalo e o João estão bem, são neste momento meninos tranquilos! Imagino que ainda dormem. Foi assim que os deixei...a sonhar enquanto saí para trabalhar!
No dia 9 de Janeiro vou voltar a deixar um menino feliz...