terça-feira, 25 de novembro de 2008

Restinga...dizem!

Dizem que o meu filho estará aqui http://www.hotelrestinga.com/ ... Não sei se é verdade, pela mãe dele não recebi qualquer informação que possa considerar válida para futuros contactos. Desde há mais de 13 meses que, da mãe do meu filho apenas recebi uma mensagem escrita com o número de telefone que poderia utilizar. Número este que, a maioria das vezes está inacessível. Desde o final da semana que ligo de forma insistente sem sucesso, já deixei várias sms e, para o comprovar retirei a factura detalhada do meu telefone. Nada, nem um contacto! Não consigo falar com o Gonçalo! Deixei-lhe uma mensagem escrita a pedir para me ligar...silêncio total e absoluto!
As informações que me vão chegando, quer de amigos, quer de familiares são contraditórias e eu, confesso, estou farto! Sou pai. Tenho o direito de saber onde e em que condições vive o Gonçalo, em que escola estuda, que notas tem tirado, como se adaptou ao clima e modo de vida, como vai a sua saúde, quem é o seu pediatra...enfim! Sou pai, tenho o direito de saber tudo sobre o meu filho.
No dia 17 de Dezembro, às 11h00m está marcada a conferência de pais. Desta vez, com ou sem a presença da mãe do Gonçalo ela vai ser realizada. Assim o exige a lei que apenas admite um adiamento.
Finalmente vou poder falar, dizer ao Senhores Magistrados que era minha a razão quando, naquele dia, há mais de um ano lhes disse: "Se o meu filho entrar naquele avião, eu nunca mais o vejo!". E agora? O que vai fazer o Estado Português para garantir os meus direitos de pai, para garantir os direitos do Gonçalo como filho?
Nem a prestação de alimentos posso pagar! Incrível! Sonegaram-me o direito de cumprir os meus deveres. Para onde devo enviar o valor mensal da prestação de alimentos? Para a única morada de que disponho? Em Portugal? Fantástico...
Dia 17 de Dezembro lá estarei e desta vez sem medo e sem angústia. Apenas tenho a certeza de que há infractores, há incumpridores que vão responder pela violação dos meus direitos. Desta vez não me sinto sózinho...confio nas pessoas que estão ao meu lado, sei que nunca, nunca deixarão de me apoiar e juntos...vamos voltar a viver com o Gonçalo ao nosso lado!
A todos os que aqui passam, a todos os que deixam o seu comentário e àqueles que apenas vão lendo os nossos relatos, o meu sincero obrigado.
Um forte abraço

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Um desafio!

Confesso que não tenho grande habilidade para estas coisas mas, já que a amiga Liliana (http://coisinhasdalili.blogs.sapo.pt/) me desafia..aqui vai porque...sabe bem relaxar de vez em quando e pensar em coisas boas:
7 coisas (não necessáriamente objectos) que adoro:
1. A minha família;
2. Os amigos leais e honestos;
2. O oriente;
3. O silêncio;
4. O cheiro das árvores misturado com a terra e o vento;
5. Livros;
6. Desenhar, pintar, criar;
7. Ouvir música no meu silêncio.
Aproveito para agradecer um carinho deixado em tempo pela amiga Elisabete (http://pipokinhajunior.blogspot.com/) que, na altura não consegui colocar no blog.
Um forte abraço a todos e muito obrigado, muito obrigado mesmo pelo apoio.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

...porque penso!

Porque tantas vezes dou por mim a pensar nas razões, nas culpas, nas justificações e nas desculpas. Não consigo concluir, tão pouco me sinto capaz de discernir e encontrar o motivo. Em que momento e, porque razão se decide que eu e o Gonçalo não estaremos presentes na vida um do outro?
Não sou perfeito, bem sei. Cometo os meus erros, como tanta gente também eu me engano mas, no que se refere ao meu filho tenho consciência de ter feito e dado o melhor de mim. O Gonçalo, como tantas vezes disse, foi um filho desejado, não temi quando soube que ele estava a caminho e, desde o seu nascimento acompanhei-o o melhor que soube e pude. Aliás, quando ele nasceu abdiquei de projectos profissionais, deixei de lado a ambição e dediquei-lhe tempo em quantidade e de qualidade.
Por mais que eu pense, por mais que eu procure culpas...não entendo! Tenho, se assim me estiver destinado, alguns anos de vida para dedicar à minha família. O Gonçalo faz parte dela...sem ele considero-me incompleto.
Porque penso...não sinto culpa mas sinto vontade de não parar, de lutar, todos os dias pela minha família perfeita e completa.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dentro de um mês!

Está marcada para o dia 17 de Dezembro de 2008 uma nova conferência de pais! Dentro de um mês, a esta hora, já saberei se o meu filho passa ou não o Natal na minha companhia. Confesso que, por mais que me esforce, por mais que tente entender o Juiz, tenho dificuldade em descortinar as razões para a marcação desta diligência.
Vejamos:
Há mais de um ano, em Outubro de 2007, eu disse de forma repetida e peremptória em audiência: "Se o meu filho entrar no avião eu nunca mais o vejo!". Mais de 365 dias depois, é bem visível a minha razão: Nunca mais vi o meu filho, nunca mais tive notícias credíveis e fidedignas sobre ele. Pontualmente a mãe deixa-o falar comigo mas, por exemplo, nas últimas semanas não consigo estabelecer ligação. Ora, já foi marcada uma conferência de pais para Julho e, se bem se lembram a mãe faltou! Afinal, como funcionam os Tribunais? Vamos continuar a ver conferências e mais diligências marcadas e não realizadas? Até quando?
Não entendo como num regime em que vigora a jurisdição voluntária, não há quem tome uma decisão definitiva e em prol do Gonçalo!
Dei a mim mesmo um prazo: Se no dia 17 de Dezembro de 2008 não for tomada uma decisão, vou avançar com os meios judiciais que me restam e responsabilizar as entidades e pessoas que não acautelaram os direitos do Gonçalo, que não garantiram os meus direitos.
Vou pedir todas as indemnizações possíveis e, obtendo ganho de causa depositarei o eventual valor a favor de Instituições que cuidem de crianças órfãs ou carenciadas.
17 de Dezembro de 2008...o meu limite de espera!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

É preciso saber ser crescido!

«É importante reflectir e perceber que a vinda de um filho tem que ser associada a um projecto parental educativo e que este novo ser, é alguém muito importante e independente dos pais, que por eles deve ser encaminhado e amado e nunca utilizado em benefício próprio. Como diria Pedro Strecht um dos papéis mais importantes dos pais é o de ajudarem os filhos a crescer, mas para isso é preciso saber ser crescido.», in, http://www.psisilviasilva.blogspot.com/

Obrigado!

«obrigado pela nova perspectiva de ver um amor de um pai...que eu não acreditava...obrigado pq o teu blog permitiu mudar a minha postura...obrigado porque hoje a minha filha tem o pai sempre que quer...»

http://gostodevoceleozinho.blogspot.com/

Expor um pedaço da minha intimidade, falar das minhas emoções e sensações valeu, realmente a pena! Ao ler o comentário supra senti-me “cheio”. Cheio de alegria e com uma imensa vontade de dizer “Obrigado pelo apoio, pelo carinho, pela confiança e, principalmente pela oportunidade de me sentir uma pessoa melhor”.

Hoje, ao reflectir sobre a minha vida, sobre cada momento lembrei-me do blog supra e decidi partilhar a mensagem que me fez tão bem.

É extremamente difícil estar sem ver o Gonçalo, sem falar com ele, sem saber como vai a sua educação e saúde mas, confesso, é enriquecedor visitar os blogs que por aqui “andam”, ler sobre as vidas felizes e sobre os amores incondicionais de mãe e pais. Obrigado!

Vale a pena partilhar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nova lei do divórcio!

Desde o dia 31 de Outubro que penso em escrever algo sobre a Lei n.º 61/2008 que alterou o regime jurídico do divórcio. Não obstante, depois de, sem a adequada formação jurídica ter lido e relido um cem número de vezes esta legislação e todas as demais que se aplicam ao meu caso chega, uma vez mais a desilusão! É que, para meu grande lamento, preceitua o artigo 9 da nova lei do divórcio: «O presente regime não se aplica aos processos pendentes em tribunal». Ora, eu tenho um processo pendente em Tribunal! Confesso que, das tantas vezes que li o diploma, mesmo antes do mesmo ter sido publicado, nunca, mas nunca reparei neste “pequeno e tão grande” pormenor!
Infelizmente, olhos jurídicos sobre o mesmo e, minutos depois a temida informação: De momento, este novo regime em nada acrescenta a esta longa "batalha" pela companhia do meu filho!
Pelo menos, confesso que me satisfaz pensar que para outros pais e mães cumpridores, este novo regime é muito útil. É, quanto a mim, na perspectiva do cidadão observador e atento, uma legislação para quem cumpre e quer cumprir. É uma legislação para pais e mães que não tentam anular o outro progenitor.
Por enquanto...ma só por enquanto, não posso lançar mão a este regime.
Quem pensou neste novo regime, pelo menos na parte que se refere à alteração dos artigos 249 e 250 do Código Penal é, com toda a certeza um pai ou uma mãe cumpridor e vítima do fenómeno da "alienação parental". É que, passa a estabelecer o artigo 249, n.º 1, alínea c) do Código Penal: quem «De um modo repetido e injustificado, não cumprir o regime estabelecido para a convivência do menor na regulação do exercício das responsabilidades parentais, ao recusar, atrasar ou dificultar significativamente a sua entrega ou acolhimento; é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias.».
Quanto a nós, referindo-me a mim e ao Gonçalo, vamos continuar a aguardar, com cada vez menos paciência, por uma decisão definitiva do Senhor Doutor Juiz do Tribunal de Família e Menores do Porto. Dia 17 de Dezembro está marcada mais uma, MAIS UMA, conferência de pais. Uma vez mais, tenho poucas dúvidas: a mãe do meu filho vai faltar e…depois disso, não terei pudor e lutarei contra quem, por inércia ou desleixo permitiu tantos incumprimentos.
Quanto ao meu filho, não consigo falar com ele há tempo demais! A minha mãe conseguiu contactá-lo no domingo passado e, segundo o que me disse, o Gonçalo afirmou que estava a andar de barco com uns amigos. A minha mãe perguntou pela mãe e pelo companheiro desta mas, segundo o Gonçalo não estavam! Onde e com quem anda o MEU filho? Não sei, não faço a menor ideia e, pior: NINGUÉM parece querer saber.
A todos, muito obrigado pelo apoio.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Animados acordares!

Há muito que não escrevo neste nosso espaço. Todos os dias passo por aqui, leio os textos anteriores, releio os simpáticos comentários, visito alguns blogs e fico a olhar para o monitor sem vontade de escrever. Hoje, quando introduzi o endereço da página e iniciei a sessão estava decidido a escrever sobre a nova lei que regulamenta o divórcio. Essa era a minha intenção, a minha ideia mas, não exactamente a minha maior vontade. Hoje o meu espírito está voltado para a nostalgia.
Esta manhã quando acordei lembrei-me, como de resto me acontece em todos os meus acordares, do meu filho Gonçalo. Comecei a recordar os dias em que ele dormia lá em casa e, mal acordava irrompia pelo nosso quarto com uma contagiante energia.
Lá por casa não temos o hábito de dormir até muito tarde e, por essa razão não nos custava nada madrugar com a euforia e os mil planos do Gonçalo. Aliás, não só não nos custava como apreciávamos mesmo muito toda aquela agitação própria de uma criança como ele.
Agora, quando acordo, olho para a porta do quarto e percebo o silêncio. Entre nós conversamos imenso, rimos o mais que podemos e brincámos com tudo mas, permanece o silêncio da ausência do nosso Gonçalo. Que saudades!
Voltará o Gonçalo com o mesmo hábito? Será que, volvidos mais de 12 meses, ele mantém, aquela energia matinal? Tenho medo que o meu filho tenha crescido demais…ou melhor, tenha crescido de tal forma que eu não lhe reconheça as atitudes, as vontades…os hábitos de agora. Sabia tão bem abraçá-lo e dizer-lhe que ele é o maior.
Saudades filho, muitas!